tag:blogger.com,1999:blog-76229845209931247292024-03-08T13:27:52.588-08:00Manual do Manuelconversa fiada pra ninguém botar defeitoJorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.comBlogger646125tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-54501870922559878822020-08-31T08:16:00.001-07:002020-08-31T08:16:37.037-07:00<p> </p><p><br /></p><p>Gostaria de ter filmado minha vida.</p><p> só os momentos bons</p><p>.Teria dado um belo curta metragem</p>Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-4978777674734270502020-05-21T17:57:00.002-07:002020-05-21T18:09:06.536-07:00O dono da Havan<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div>
Sobre ele poderia-se dizer qualquer coisa segundo suas aparições nos meios de comunicação: o idiota da Havan, o cretino da Havan, o ridículo da Havan, o patético da Havan, etc. Sem embargo, preferem chama-lo de o "velho da Havan", ou melhor: o "véio da Havan".</div>
<div>
Confesso que ao ouvir ou ler "véio", "muié" ou "muierada" me dá um troço. Acho horrível. Não consigo seguir lendo um texto que assim se manifesta e meus ouvidos se fecham quando ouço a locução. Sei que isso vai parecer preconceito linguístico. E é. Também sei que o preconceito linguístico é o maior óbice do Brasil atual.</div>
<div>
Mas o real problema é que os que chamam o cara da Havan de "véio" como se isso fosse a pior das ofensas, são os mesmos que criticam o governo pelo seu descaso para com os velhos, principalmente hoje quando a pandemia promete , com a ajuda de Bolsonaro e a caterva que o cerca, exterminar os mais idosos.</div>
<div>
Eu não sou da Havan nem sou "véio". Sou velho, quero continuar vivo e quero respeito. De todo mundo.</div>
<div>
</div>
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-43653953991662670192020-05-12T23:01:00.000-07:002020-05-12T23:01:42.693-07:00O pão nosso<br />
<br />
<br />
<br />
Dá-me de comer o prato de lentilhas de Esaú<br />
a meia maçã de Eva<br />
o pão nosso de cada dia<br />
que o diabo amassou com a bunda<br />
<br />
Dá-me de beber o que resta nesse cálice<br />
ou a última gota da água<br />
que um dia eu disse<br />
que não beberia<br />
<br />
Dá-me a marvada pinga<br />
la mala leche<br />
<br />
Só não me venha<br />
com sushi<br />
e caipirinha de frutas vermelhas<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-5945246149999538512020-05-12T22:38:00.001-07:002020-05-12T22:38:13.157-07:00Pobre de direita, negro de direita<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Eu era jovem e pobre. Muito diferente de hoje: agora eu sou velho e pobre. Naqueles dias de juventude entrei em contato com a literatura de esquerda e encontrei nela muitas respostas para as perguntas que então me fazia.<br />
Eram os tempos da ditadura e a maioria das pessoas que conhecia também transitavam pela canhota. A impressão que eu tinha era de que todo mundo ou era de esquerda ou estava alienado.<br />
Mas suponhamos que em vez de ter encontrado Marx. Lenin ou Trotsky eu tivesse me deparado com os filósofos liberais ou com os empirista que os antecederam. Também em Locke, Hume e Adam Smith se encontram respostas. Certamente eu teria me entusiasmado com a ideia das liberdades individuais, da igualdade de oportunidades e coisas que tais. É possível que as propostas econômicas dos liberais entrassem em mim por contrabando junto com tantas boas argumentações sobre a liberdade de expressão e pensamento de que vivíamos tão carentes naqueles tempos.<br />
Isso não se deu, mas bem que poderia ter-se dado.<br />
Hoje, isso parece ser impossível. Pelo menos para muita gente que deixa sua opinião nas redes sociais. Pensar que um jovem pobre possa ser um liberal. ainda que um social-liberal, é algo incompreensível para muitos. O termo "pobre de direita" só é usado quando precedido do deboche. O deboche é maior quando o pobre em questão é negro. Neste caso, ao escárnio somam-se os epítetos "capitão do mato". analfabeto político e outros da mesma categoria.<br />
Para aqueles comentadores virtuas (entre eles muita gente que admiro e estimo) somente os brancos e "bem nascidos" podem ter opções. Para o pobre e para o negro só há um caminho a seguir: o da esquerda, Ainda que a esquerda seja comandada por brancos ricos ou remediados que só teoricamente conhecem a realidade de pobres e negros. Parece que ninguém da esquerda militante virtual cogita a ideia de que uma pessoa pobre e negra possa ter lido um pensador liberal e se entusiasmado com seu discurso.Por que isso acontece? A reposta me parece simples: preconceito. Preconceito racial e de classe. Preconceito introjetado por séculos de privilégios.Preconceito quanto à capacidade intelectual de pobres e negros. Preconceito que, muitas vezes, nem é percebido por quem o pratica.Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-7284970658762476312018-11-02T11:23:00.002-07:002018-11-02T11:24:25.328-07:00Sozinho<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Esquece<br />
deixa pra lá<br />
não pense mais nisso<br />
não vale a pena<br />
<br />
Pode deixar<br />
que eu cuido sozinho do que foi o nosso amor<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-25671555858297685022018-09-08T22:10:00.000-07:002018-09-08T22:11:33.567-07:00Prática<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Muita prática ela<br />
de tempos em tempos<br />
pegava o que era<br />
feio, velho, gasto<br />
e botava fora<br />
<br />
Nenhum apego ou lembrança<br />
a atava aos objetos do passado<br />
<br />
Um dia<br />
numa dessas faxinas<br />
juntou ao monturo<br />
o marido.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-9370313907016422422018-04-01T18:40:00.000-07:002018-04-01T18:46:02.341-07:00O povo preto da favela<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Estão matando o povo preto da favela<br />
Sempre mataram o povo preto da favela<br />
Na ditadura, na democracia<br />
de noite e de dia<br />
a céu aberto. Sempre quem morre<br />
é o povo preto da favela.<br />
<br />
Quando a oposição era situação<br />
se matava o povo preto da favela<br />
quando virou o barco<br />
continuou-se matando o povo preto da favela<br />
<br />
<br />
O rapaz preto foi preso com um frasco de desinfetante<br />
e a porra de um baseado e um papel<br />
foi condenado por "associação para o tráfico"<br />
e isso quando quem mandava era a oposição<br />
que era situação.<br />
<br />
O rapaz pegou tuberculose na cadeia<br />
mas quem foi solto foi o médico estuprador<br />
e o filho da desembargadora<br />
com cem quilos de bagulho nas costas<br />
e munição de grosso calibre<br />
<br />
Estão matando o povo preto da favela<br />
Como sempre mataram<br />
Desde Zumbi, desde sempre<br />
desde que existe o povo preto da favela.<br />
<br />
<br />
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-62714802346006193692018-03-19T05:12:00.005-07:002018-03-19T05:12:55.495-07:00O amante traído<br />
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ela traía o amante<br style="margin-top: 0px;" />que a atraía<br />com o marido <span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit; margin-bottom: 0px;"><br style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;" />que a traía.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit; margin-bottom: 0px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit; margin-bottom: 0px;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 24px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit; margin-bottom: 0px;"><br /></span></div>
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-30781232148880827342018-03-13T18:08:00.000-07:002018-03-13T18:08:04.322-07:00Decepção<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<br /></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Ela marcou encontro comigo em São Cristóvão. Era um domingo e fazia um calor de rachar mamona. Eu não tinha dinheiro nem pra passagem e fui a pé desde o Meier, Esperei umas duas horas, tomei água da bica num botequim, servida com uma má vontade de secar a alma. Estava apaixonado e ela era um monumento. Por fim desisti e fui chorar as mágoas na casa de uma amiga em comum que tínhamos e morava por aquelas bandas.<br /> Já cheguei contando o acontecido e cuspindo marimbondo <span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;">de raiva e decepção. Minha amiga fazia sinais que eu demorei uns segundos pra compreender. Ela estava tomando banho com um outro cara no banheiro da casa. Não fiquei para confronta-la. Acho que nesse tempo eu ainda tinha pudores. Sobre os calcanhares, dei meia volta e voltei a pé para o Meier. A noite já vinha caindo, a camisa empapada, os olhos e a garganta secos<br /> Foi só decepção, não sofri de amor. Parece que eu já sabia que essa dor estava me esperando, Um ano depois eu conheci o que é sofrer de amor.</span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
<span class="text_exposed_show" style="display: inline; font-family: inherit;"><br /></span></div>
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-27416333774870389162018-03-13T11:44:00.002-07:002018-03-13T12:53:10.944-07:00Meu primeiro "selfie"<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Há quem pense que fora da temporada de verão não passe nada na Garopaba. Comigo passa. Se não, mire e veja.<br />
Hoje foi um desses dias que não se decidem: uma hora o sol parecia que ia se impor e poucos minutos depois o céu se cobria de nuvens que , se não ameaçavam chuva grossa, faziam supor alguma garoa, algum chuvisco. E eu, que só gosto de praia quando tem sol de arrebentar mamona, resolvi dar umas voltas na praia central. Praticamente não havia praia. A maré alta levou as ondas até os muros e paliçadas das casas dos ricos que ficam à beira mar. Isso vem acontecendo de uns anos para cá, mas não se preocupe pela propriedade dos burgueses, pois a prefeitura e empresas privada já colocaram toneladas de areia extraída das dunas do Siriú (reserva ecológica da Serra do Tabuleiro) para proteger das ondas bravias as residências desses homens de bens.<br />
Mas lá ia eu na minha caminhada quando um sujeito me parou educadamente e pediu um minutinho de minha atenção. Por um momento eu julguei tratar-se de um crente de sunga. Eu nunca não sou agressivo com os crentes, apenas digo que sou ateu e deixo que eles sejam agressivos comigo ou me olhem com aquele olhar de espantar Satanás. Não era um crente de sunga, mas apenas um cara que queria tirar uma foto minha. Disse ele, que eu me parecia com um personagem de um filme ou de uma série (não sei bem) que era um náufrago. Fez questão de procurar no seu "smartphone" uma foto do tal personagem. Não vi nenhuma semelhança além da barba. O carta do filme é branco e bem mais jovem. Assenti em tirar a foto e comprazer o sujeito. Me afastei uns metros para o clic, mas ele queria uma foto de nós juntos e pediu que eu tirasse os óculos. Abracei-o pelo ombro e, depois de uma tentativa frustrada, tiramos a foto. Foi meu primeiro selfie e do primeiro selfie ninguém esquece.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-89648354575511193892018-03-05T14:40:00.000-08:002018-03-05T14:40:37.519-08:00A mulher mais linda do mundo<br />
<br />
<br />
<br />
A mulher mais linda que conheci<br />
tinha nariz de boxer<br />
e pés virados pra dentro<br />
<br />
Tinha dedos dos pés<br />
que ela (de vergonha) escondia na areia<br />
quando ia à praia<br />
<br />
A mulher mais linda que amei<br />
não tinha cabelos de propaganda de shampu<br />
nem andar de passarela.<br />
<br />
Eu achava que ela era<br />
a moça mais bonita de Copacabana<br />
mais hoje eu sei<br />
<br />
que ela é a mulher mais linda do mundo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-56903035782549780362017-10-13T20:58:00.000-07:002017-10-13T20:58:33.954-07:00Confissões<br />
<br />
<br />
<br />
Sexta-feira, 13. Ainda não anoiteceu, mas já me imagino num terreno baldio tendo por única companhia uma rodrigueana cabra vadia. O terreno baldio é o lugar sagrado das confissões e a cabra, o único ser vivente que merece escutá-las<br />
Vamos às confissões.<br />
Eu uso pochete. Sim. Discretamente, sob a camisa, fazendo prolongamento da barriga e não sobre ela. É uma pochete Mormaii, que achei no lixo. Sim, eu pego coisas no lixo. Resolvi antecipar umas manias de velhos: pochetes, lixo utilizável, blog, coleção de garrafas vazias... Sei que não viverei por muito tempo e quero usufruir dessas franquias de ser um velho maluco. Mês que vem inauguro os resmungos e em 2018, vou começar a me fingir de surdo.<br />
Mas a pochete tem me trazido outras coisas velhuscas. Por exemplo: eu morro de medo de perder a pochete. É nela que carrego meu Minister e o isqueiro Bic, elástico para prender o cabelo em caso de ventania, uma merreca e um alicate de corte. (Não me pergunte o motivo de carregar o alicate de corte. É coisa de velho). E além do mais a pochete foi encontrada em estado de nova. Certamente um presente rejeitado por um velho que não se vê como tal. Me daria muita lástima perdê-la.<br />
Há outras coisas que gostaria de levar na pochete: uma lanterna pequenina, um ímã e algum remédio. (Aspirina serve). Também poderia levar um pouco de maconha terapêutica num bolsinho metido a secreto que há na parte de trás. E ainda caberia a caixa de óculos de leitura, mas como todo neófito nas lides da velharia, eu sempre esqueço os óculos e fico tentando ver a data de validade dos produtos do supermercado afastando as embalagens tanto quanto o braço alcança.<br />
Como todo velho recente e inaugural, meu medo, confesso, não é a guerra nuclear, não é a epidemia de ebóla nem sequer o Dória na presidência, meu medo é perder a pochete.<br />
Por hoje, basta de confissões. Dorme cabrinha, dorme.<br />
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<br />
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<br />
<br />
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-70008267835073830102017-10-05T11:08:00.002-07:002017-10-05T11:08:17.495-07:00Dó<br />
<br />
<br />
<br />
Você<br />
eu <br />
nosso amor<br />
e o fim<br />
<br />
Que dó.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-6078360268996771182017-09-30T20:58:00.001-07:002017-09-30T21:14:16.976-07:00Não mais<br />
<br />
<br />
<br />
Sempre soube<br />
que não mais<br />
a veria<br />
<br />
Por que então<br />
isso<br />
tanto me apavora?<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-39804262410584545452017-09-30T19:50:00.000-07:002017-09-30T19:50:26.450-07:00A morte<br />
<br />
<br />
<br />
Não a temo nem desejo<br />
Por que temeria o que é certo<br />
inexorável?<br />
<br />
Por que desejaria<br />
o que já é meu<br />
por direito de nascença?<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-70011939424173738852017-09-29T19:49:00.001-07:002017-09-29T19:49:34.974-07:00Reaça X Reaça<br />
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<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"> Veio parar no meu facebook o comentário de um cidadão sobre o Alexandre Frota. Dizia o comentarista: _"O Cara come traveco em filme pornô de quinta e vem pagar uma de moralista." O que esse cidadão não se deu conta é que ao usar o termo pejorativo "traveco" ele se colocou bem pertinho do Alexandre Frota e de outros da mesma estirpe. Quase parça do Malafaia, quase adepto do MBL. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"> Que alguém não queira comer uma travesti eu entendo.. (Acho esquisito, mas entendo). O que não ente</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;">ndo é que uma pessoa que se quer progressista com relação à arte seja tão reaça quando se fala de comportamento sexual.<br /> Na verdade eu entendo sim. Entendo que nossa sociedade é reaça pra burro, moralista pra burro e relinchante como o Magno Malta.<br /> Tenho até uma de minhas teorias escalafobéticas sobre o tema. Fico imaginando que se alguém postar nas redes sociais um texto de qualquer notório fascista ou nazista e colocar como assinatura do texto o nome de um filósofo francês (pode até ser um nome inventado), a maioria de nossos concidadãos que se diz anti golpe e fã do Mujica irá concordar com o enunciado. E não só concordar como acrescentar um daqueles comentários que começam com uma de nossas expressões favoritas: "só no Brasil..."..<br /> De minha parte, todo o carinho e respeito às Monas.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-26498920765277736082017-09-23T22:31:00.001-07:002017-09-23T22:31:40.026-07:00Humanos e vira-latas<br />
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<form action="https://www.facebook.com/ajax/ufi/modify.php" class="commentable_item collapsed_comments" data-ft="{"tn":"]"}" id="u_5f_c" method="post" rel="async" style="margin: 0px; padding: 0px;">
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<div class="_3399 _1f6t _4_dr" style="clear: both; font-family: inherit; line-height: 20px; margin: 8px 12px 0px; padding: 0px 0px 8px;">
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"> Foi a internet que me fez perder as últimas ilusões com a humanidade. Não que eu lastime ou deplore a tecnologia que nos trouxe essa ferramenta, pelo contrário. Acho a internet uma das maravilhas criadas pelos humanos. </span><br />
<span style="background-color: white; color: #1d2129; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"> Acontece que foi ela que veio nos esfregar nas fuças o que realmente somos: uns imbecis.Sequer a usamos em sua plenitude. Nem em uma mínima parte de suas possibilidades. Se por um lado temos à mão a grande literatura, as ideias mais avançadas, as opiniões mais</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"> gabaritadas e toda a cultura do mundo em todas as línguas, o que mais acessamos são joguinhos e fofocas; notícias falsas e catastrofismos; bizarrices e religiosidade fundamentalista.<br />E, o que é pior, comentamos esses fatos como se tivessem importância. (No caso do Brasil, num português lastimável.)<br /> No youtube constatamos facilmente o grau de nossa estupidez. Palestras com professores notáveis e aulas que poderiam ajudar a retirar a grossa craca de nossa ignorância recebem alguns milhares de visualizações enquanto "as cirurgias plásticas que não deram certo" ou fotos de "artistas famosos que envelheceram mal" as recebem aos milhões.<br /> E no facebook...bem, no facebook você sabe como é, mas vai aqui um exemplo: Outro dia uma amiga mineira postou um pequeno texto pedindo solidariedade para com o povo carioca que anda vivendo tempos terríveis de violência e descaso por parte das autoridades que deveriam zelar pela paz social. Um amigo dela, vivente e oriundo da terra de Zezè di Camargo, escreveu nos comentários: "Fodam-se". Fora eu teria excluído o cretino de minha lista de amigos e rezaria minha reza ateia para que Belzebu o levasse logo, mas minha amiga é mais sábia e não se deixa levar pelo figado como eu.<br /> No entanto, (deixe que eu diga a verdade que me vai dentro) quando pedalo a velha Monark nas madrugadas de minha cidade, me volta a esperança que os primatas metidos a filhos de deuses que habitam o planeta possam ter conserto.Penso nas pessoas boas que conheço e conheci, penso em toda a beleza que vai pelo mundo e que foi construção da mão humana. Por vezes o sol me encontra reconciliado com meus iguais tão diferentes de mim.<br />Mas ontem, não foi assim..<br /> Estava desguiando por uma transversal para escapar de um bando de cachorros que haviam me cercado impedindo que eu, saindo da Avenida dos Pescadores, dobrasse pela artéria principal da cidade. Andei quicando por umas ruas empedradas até encontrar asfalto e aí virei. Numa calçada alguém colocou dois potes muito bonitinhos para servir água e ração para os vira-latas que perambulam por aí perseguindo ciclistas insones. Soube da utilidade dos potes bonitinhos porque havia uma plaquinha bem pintada e também muito bonitinha com os dizeres: "Street dogs". Pois é, street dogs. Foi a pá de cal nas ilusões.</span><br />
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #1d2129; display: inline; font-family: "helvetica" , "arial" , sans-serif; font-size: 14px;"><br /></span>
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Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-28543150097864684422017-09-05T06:13:00.001-07:002017-09-05T06:13:53.819-07:00Aos que choraram<br />
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Não me interessam os que<br />
contra todas as adversidades<br />
triunfaram.<br />
<br />
Não me impressionam os que<br />
sobre todos os percalços<br />
venceram<br />
<br />
Não me cativam os que<br />
imperturbáveis<br />
seguiram adiante<br />
<br />
me importam os que sucumbiram<br />
me inquietam os que perderam<br />
me comovem os que choraram.<br />
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<br />
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<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-89262424185575595382017-08-30T20:53:00.000-07:002017-08-30T20:53:44.276-07:00Espartilho <br />
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Um espantalho andarilho<br />
se encontrou com um espartilho<br />
_Para aonde vais, protetor do milho?<br />
_Ora, para Esparta, meu filho<br />
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<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-51029810010086336792017-08-30T20:25:00.000-07:002017-08-30T20:27:55.799-07:00Nossos fracassos<br />
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Como se fosse uma série de terror, numa mesma temporada se elegeram Menen, Fujimore e o infame Collor de Merda. No Brasil, ainda havia boas opções, como nos disse Leonel Brizola no último debate do 1° turno. Brizola pedia aos eleitores que dessem um não rotundo às candidaturas de Maluf e Collor. Dizia até que quem não gostasse dele que votasse em outros candidatos que não representassem o atraso como o alagoano e o paulista. "Há gente digna concorrendo" dizia o estadista.<br />
Na Argentina, não havia tal opção. A única outra candidatura viável era a de Angeloz, outro representante do mesmo projeto neo-liberal. No Peru, dava-se o mesmo. Vargas Llosa era a outra voz do conservadorismo que disputava a presidência do país andino.<br />
E começaram as privatizações. Collor sequer servia para fazer o serviço sujo do entreguismo e logo foi sacado do comando da nação com o auxílio nada luxuoso da Globo. Fernando Henrique foi o nome escolhido para vender o país a preço de banana em fim de feira. Para a Globo, o "mercado" e seus porta-vozes, FHC andava meio lento com as privatizações e lembro da Lilian Fritebife dando uns ataques ao vivo no Jornal da Globo e elogiando Menen, que vendia rapidinho todo o patrimônio argentino incluindo las palomas de la Plaza de Mayo<br />
Outro que também advogava pelas privatizações era o Luís Nassif. O neo-petista naquela época era neo-liberal. Ainda me lembro de um dia em que ele fazia a defessa da entrega com argumentos tão fajutos que quem o escutou logo pensou, assim como eu, em má fé ou algo pior.<br />
Fernando Henrique, que recusava a pecha de neo-liberal, foi mais competente que Collor e torrou tudo. Lá se foram a Vale e tantas outras empresas de telefonia, eletricidade e recursos minerais para as mãos cobiçosas do empresariado externo e para alguns nacionais que se associavam ao capital gringo e enchiam a burra depois, vendendo sua participação no negócio. Banco do Brasil, Correios, Caixa Econômica e Petrobrás escaparam da sanha privatista por milagre ou, quem sabe, pelo resto de escrúpulos que ainda possuía FHC. Escrúpulos que o tempo extinguiu.<br />
Com a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poder, gente ingênua como eu pensou que o processo poderia ser revisto e que nosso patrimônio poderia voltar a pertencer à Nação. Qual nada. Faltou vontade, faltou coragem, faltou culhão. Claro que se eu e outros babacas tivéssemos lido com atenção a "Carta aos Brasileiros", essa ilusão não teria durado mais que o tempo de um leilão na bolsa de valores. Em favor de Lula e Dilma, pode-se dizer que, pelo menos, não entregaram nada mais que o prometido na "Carta".<br />
Onde quero chegar com essa arenga? Ora, no óbvio. Que os males perpetrados contra o Brasil e sua população por este governo ilegítimo e corrupto que aí está, dificilmente serão revogados ou revistos ou anulados, mesmo que o governo eleito em 2018 (se houver eleições) seja de perfil progressista. Certamente haverá uma nova carta aos brasileiros para tranquilizar os beneficiários da rapinagem. A origem de nossos fracassos é a falta de coragem.<br />
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Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-1699617864992241712017-08-26T13:20:00.003-07:002017-08-27T02:09:28.733-07:00Só amor<br />
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Ainda que nada<br />
quisesse negar<br />
eu nada poderia ter dado<br />
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teria sido só amor mesmo.<br />
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<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-9418006691537769662017-07-25T11:33:00.001-07:002017-07-25T11:33:56.912-07:00Música<br />
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Eu passaria horas seguidas<br />
escutando<br />
a melodia sinuosa<br />
o som grave, quase áspero<br />
o tom cortante e impositivo<br />
os silêncios perturbadores<br />
a cadência marítima<br />
a harmonia luminosa<br />
a música<br />
de tua voz.<br />
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<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-10870182121996479102017-07-20T15:00:00.000-07:002017-08-26T23:06:11.650-07:00Memórias II<br />
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Agora me lembro. Eu continuei morando com os caras. Foi nesse mesmo lugar que transei pela primeira vez com a Aninha. Ainda doía a separação com a Moça mais bonita de Copacabana, mas, sabe como é, eu gostava da fruta<br />
Aninha era uma paulista baixinha, gordinha e sexy. Também militante da Convergência Socialista como os caras com quem eu vivia. Nosso relacionamento não era namoro. Era uma amizade colorida, como estava na moda naqueles dias. Depois daquela primeira transa seguimos transando, ora no apartamento do Catumbi, ora em sua casa. Ela morava em Niterói, na Alameda São Boaventura. Depois se mudou pra outro endereço na antiga capital fluminense.<br />
Na Alameda passamos bons momentos. Aninha financiava uns almoços num restaurante da área que servia um strogonoff de camarão da pesada. Estreei com ela o novo apartamento. Foi num dia que nos encontramos no centro do Rio. Acho que foi no Amarelinho ou no Circo Voador. Como eu me encontrasse totalmente bêbado, Aninha falou pras amigas que ia me levar apenas pra me por na cama. Que nada! Transamos como nunca naquela madruga e fomos acordados pelo porteiro, porta-voz dos indignados vizinhos que tinham assistido nosso amor pela janela ainda sem cortinas.<br />
Mas o que eu queria contar é outra coisa ocorrida na casa do Catumbi.<br />
Como eu não contribuía financeiramente pra nada, tentava ser útil em outras coisas. Dava umas arrumações, lavava o banheiro e mantinha a cozinha em ordem. A rapaziada trabalhava e militava o dia inteiro e só vinha pra casa altas horas. Todos chegavam sempre alegres. apesar do cansaço e dos riscos da militância naqueles dias bicudos da ditadura.<br />
Um dia achei umas coisas na geladeira e fiz uma sopa de sustânça Modéstia às favas, eu me viro bem na cozinha. Não sei fazer nada de especial, mas mando bem no trivial simples. Justo naquela noite, Ciro Garcia e Maurício tinham levado as namoradas pro nosso bioco. Todos e todas elogiaram a sopa. Na manhã seguinte, pus a panela de molho pra desgrudar os restos que ficaram agarrados no fundo e me mandei. Dormi na casa de uma moça que havia conhecido dias atrás.<br />
Quando voltei na noite seguinte, fui novamente elogiado pela sopa. O pessoal havia comido o resto que eu havia deixado de molho pensando que era a sobra do rango do dia anterior. A grana era pouca, a fome era muita. Eu não falei nada. Recebi os elogios e fui dormir.<br />
Tempos depois, nesse mesmo apartamento, houve a briga com a Magda que me levou outra vez pro Souza Aguiar e pro olho da rua.<br />
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-61806406452018376842017-07-20T03:55:00.000-07:002017-08-26T23:03:59.082-07:00Memórias <br />
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Foi um tampo difícil. Eu não tinha onde morar. Andei uns dias dormindo na praia e meu amigo Maurício me deu uma cobertura. Me chamou pra morar no apartamento que ele dividia com o Mancha Negra e o Ciro Garcia, ali entre o Catumbi e Santa Teresa.<br />
Eu não tinha emprego, não tinha guarita, não tinha nada, estava fudido, mas namorava a moça mais bonita de Copacabana. Um dia, pisei na bola, pisei feio na bola e perdi a moça mais bonita de Copacabana. Bêbado, tentei me matar cortando o pulso, só um. Acordei numa escadaria próxima do lugar onde vivia; aquela buceta aberta no braço. Tinha saído do apartamento pra não provocar problemas pros caras com quem vivia. Desci o morro e fui esperar condução que me levasse pra algum hospital. Cheguei na Itaperu e uns caras que estavam do outro lado da rua vieram me assaltar. Um deles chegou na boa e disse que só queria uma grana pra cerveja. Ao ver a buceta aberta no meu braço e ouvir minha explicação, o cara ficou solidário e parou um táxi<br />
Eu fui logo dizendo pro taxista que estava duro, que ele podia me deixar no próximo ponto de ônibus, que eu me virava, mas o cara foi legal e me levou até o Souza Aguiar. Era a segunda vez que eu dava entrada ali. Outra bebedeira, outra costura numa madrugada de sexta pra sábado.<br />
Saí do hospital e já sabia o caminho do botequim mais próximo. depois daquela 51 tem uma lacuna na memória. Não lembro sequer se continuei morando com os caras.<br />
Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7622984520993124729.post-22108065011821337922017-07-18T17:05:00.000-07:002017-07-18T17:05:55.664-07:00Karnal, o comunista improvável<br />
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Eu gosto do Leandro Karnal. Admiro seu humor, os temas que aborda em suas palestras e principalmente admiro no calvo professor algo que me falta: cultura. Sempre que encontro alguma manifestação sua, assisto, leio, escuto e, apesar de minha pouca acuidade, vou aprendendo algo com ele. Ademais, Karnal é um tipo de personagem em extinção: o conservador lúcido.<br />
Ontem, me deparei com um áudio no qual Karnal falava para um programa de rádio sobre a condenação de Lula e outros episódios da vida política brasileira nesses dias interessantes que vivemos. Não sei qual rádio era nem o nome do programa e tampouco quem era o jornalista que o entrevistava. O áudio estava numa página do youtube que pertence a um grupo de direita que se chama "A resistência". Pelo que entendi, Karnal fala com regularidade no tal programa.<br />
Para dizer a verdade quase abandono a audição por vergonha alheia. Acontece que já no primeiro minuto o jornalista confundiu o Paraguai com o Uruguai. Mas, como não havia ninguém por perto e eu estava usando fones de ouvido, segui escutando.<br />
Ainda que constrangido não pude concordar nem com os enunciados do jornalista ruim de geografia nem com as respostas do mestre. Karnal é um otimista profissional e eu, devo admitir, ando num pessimismo de dar nojo no que tange ao futuro do país.<br />
Mas com Karnal e outros de sua estirpe, aprendi que discordância é algo bom se fizermos dela um estribo para o pensamento crítico. Infelizmente, creio que estou entre uma minoria que. tal qual o conservador lúcido, se encontra à beira da extinção. Cheguei a esta conclusão lendo os comentários de outros que supostamente ouviram o áudio.<br />
Como já disse a fala de Karnal estava hospedada numa página de direita. Da direita mais botinuda. Dos quase vinte comentários que li, uns quinze deles chamava Karnal de comunista, de esquerdista, de professor doutrinador marxista.Muitos pediam seu exílio em Cuba (criticada por ele no áudio) ou seu fuzilamento.<br />
Mesmo que eu nunca tivesse escutado as palestras e outra falas de Karnal. ainda assim, sua participação no programa não teria me deixado dúvidas de ser ele um conservador, um homem a quem o comunismo causa, no mínimo, rechaço. Homem acostumado à cátedra e às palestras, Karnal é didático e sabe expor o que pensa como poucos. Só mesmo alguém totalmente desprovido de cérebro pode chama-lo de comunista. Fica claro nas opiniões dos ouvintes da rádio e leitores do grupo direitista que quem não é boçal, é comunista. Que quem não xinga é doutrinador marxista. É por causa desses comentários e outras manifestações de meus compatriotas que ando pessimista quanto ao futuro do Brasil e da humanidade que aqui habita.<br />
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<br />Jorge Gomeshttp://www.blogger.com/profile/17555452500052020362noreply@blogger.com0