quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

sábado, 10 de dezembro de 2016

Qual o momento certo para assumir o golpe?

Em vez de almoçar meu feijão com farofa de todos os dias preferi um ração de alpiste e semente de girassol. E nada de limonada, bebi apenas água numa tigela com a borda lascada que já não tem serventia na cozinha. É que estou tentando, através da dieta, entrar no mundo das aves para pensar como um tucano.
Parece que o método não funciona, pois a única coisa que aprendi sobre a ave bicuda é que alpiste não faz parte de seu cardápio. No mais, ando às escuras sobre o modo de pensar tucano.
Quer um exemplo? Ainda não concluí se é melhor tomar o comando do golpe logo no início do ano nomeando indirtetamente o ínclito Fernando Henrique Cardoso ou deixar que sangre o sócio minoritário da empreitada para oferecer a salvação nacional em 2018. No momento os acionistas do golpe estão cobrando suas debêntures e talvez seja melhor que o pagador seja o pequeno Temer e seu ministério ficha suja. Comprometer alguém como FHC com a agenda que está sendo implementada pode ser o prenúncio de derrota para o PSDB nas eleições presidenciais (se é que haverá eleição para presidente).
A primeira vista esse raciocínio parece lógico, cartesiano, mas tem um porém: Lula. Quem nas hostes tucanas poderia derrotá-lo num pleito? Ademais, sabendo-se da impossibilidade de unir o tucanato em torno de um nome, quem teria a mão suficientemente pesada para impor-se como candidato desafiador? Serra, o Picolé de Chuchu e Aécio já foram derrotados e se boicotaram mutuamente. Talvez um nome novo, uma espécie de João Dória. (Claro que o próprio já estará inviável para 2018. Com um ano e meio de prefeitura, o empalado já terá conquistado uma universal antipatia). Teria que ser um rico empresário, desses que ainda não foram pegos metendo a mão no dinheiro público e que mostre uma uma visceral ojeriza à política quando for pleitear o cargo politico. Mas quem? Imagino que se eu fosse tucano de verdade e não apenas um comedor de semente de girassol poderia citar uma vintena deles.
Uma possível solução para os impasses tucanos poderia estar a caminho com a posse de Trump. A mão operacional do golpe (procuradores e juízes) poderá receber ordens do sócio internacional de prender Lula e cassar-lhe os direitos políticos, Essa tese também parece lógica, mas com Lula fora da disputa e a chance de vitória tucana vai sobrar bicada pra todo lado.
Não sei se minhas dúvidas são as dúvidas ou certezas tucanas e mesmo caprichando na dieta não creio que tenha os requisitos para pensar como tucano. Me faltam um apartamento em Higienópolis e (como diria aquela jornalista) ser cheiroso




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Não me convide





Pra fazer yoga
pra fazenda
pra ouvir disco do Renato Russo
pra saltar de paraquedas
pra beber caipirinha de frutas vermelhas
pra jogar truco
pra churrasco
pra festa junina
pro carnaval de Curitiba
pro Cirque de Soleil
pra fazer fila
pra tomar cafezinho
pro restaurante natural
pra festa na escola
pra conhecer sua sogra
pro aniversário de casamento de seus pais
pra passeio de barco
pra piscina
pra oktoberfest
pro clube
pra ver suas fotos de viagem
pra degustação de nada
pra assistir perfomance

Nem pra praia no inverno
Nem pra botequim com televisão
Nem pra festa a fantasia




quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A elite brasileira não é elite





A elite econômica brasileira está longe de ser uma elite intelectual. Aqui, a posse de bens e recursos financeiros não redundou em refinamento de ideias ou aquisição cultural. Daí vem o fato de que quem defende seus interesses nas ruas (por ignorância, por estupidez, por ódio ou por desprezo pelos mais pobres) serem os mais violentos e boçais. Esses agitadores violentos e boçais proveem tanto do lupem proletariado quanto da classe média que se julga inteligente e detentora de todas as virtudes. Vez por outra algum artista ou intelectual se soma a essa turba que tem o delírio do linchamento, do castigo físico e moral de quem se opõe às suas ideias.
Num momento de crise como o que vivemos (crise muito mais moral e institucional que econômica) é que vemos, atônitos, o emergir dessas forças obscurantistas e boçais que julgávamos pertencerem ao passado. Não menos atônitos assistimos nulidades serem sacralizadas pela imprensa hegemônica. Debaixo de nossos narizes surgem Kataguiris e Holidays; Olavos e Sheherazades: Bolsonaros e Frotas; Moros e Gilmares que nos enchem de vergonha pelo simples fato de ostentarmos a mesma nacionalidade que eles.
Também debaixo de nossos narizes as elites econômicas tramam. depredam, saqueiam à luz do dia em escritórios e parlamentos. A mais grosseira rapinagem do que é público e poderia servir de alicerce para a construção de um país mais justo, é praticada por essas elites sem reparos ou pudor. Nada que tenha valor de mercado lhes escapa. Das terras indígenas ao petróleo; das jazidas minerais à merenda escolar, tudo é tido como pertencente, por direito divino ou de classe, às elites ignorantes e mesquinhas do Brasil.


Maravilhosa





Ela já foi tudo na vida
linda, encantadora, sexy
Hoje, é maravilhosa.
(Em tempo integral).






terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A república sob ameaça





            Estamos diante da mais grave crise institucional da história recente do país. Um poder, o legislativo, afronta uma decisão do judiciário como se tratasse de uma disputa eleitoral do interior e não uma decisão da mais alta corte do país 
            Sem embargo, nossos políticos e muitos de nossos concidadãos preferem ficar fazendo fuxicos e questionando a idoneidade dos ministros da corte suprema. O pior e mais patético é que as opiniões sobre os ministros mudam quase que diariamente conforme as decisões que tomam e se essas decisões agradam ou desagradam determinado grupo político. 
            Uma das vítimas da toscolândia (como cunhou a Socialista Morena) em que se transformou o Brasil é a ministra Carmem Lúcia. Tudo por causa de uma frase desastrada da ministra quando assumiu a presidência do STF. Os toscos, que jamais assistiram uma sessão do Supremo e desconhecem como vota a ministra em assuntos cruciais, produzem memes e caricaturas de Carmem Lúcia, debocham de seu cabelo e lhe ponhem apelidos infantis. Parece que não se dão conta que é o STF o guardião da constituição e que essa constituição está sob ameaça. 
            Temo que algum jurista a soldo de interesses inconfessáveis possa achar na constituição alguma lacuna para, diante da desobediência de Renan, justificar uma intervenção militar.

Solar





Ontem
vi uma foto
em que sorrias
e entendi
porque tua cidade
é tão ensolarada.