Em fevereiro de 2013, o prefeito de Petrópolis, Rubens
Bomtempo, resolveu não liberar a verba pública de 1 milhão de reais para o
carnaval da cidade. Dizia o prefeito que o dinheiro seria aplicado na saúde.
Houve aplausos gerais dos usuários das redes sociais e de outros bocós. A
notícia voltou a circular no carnaval de 2014 como se fosse novidade. Possivelmente
será requentada no carnaval de 2015 e outros doentes do pé, ruins da cabeça e
evangélicos em geral aplaudirão mais uma vez o prefeito.
Para qualquer um que saiba fazer as quatro operações, fica
claro que 1 milhão de reais investido na saúde de um município com mais de 300
mil habitantes é dinheiro de pinga. Se o prefeito resolvesse diminuir o número
de secretarias, cortar pela metade seu salário e de seus secretários e acabasse
com os cargos comissionados de sua administração, a economia para o erário do
município seria muito maior. Mas isso nem deve ter passado pela cabeça do
prefeito de Petrópolis. Além do mais, toda cidade que promove carnaval aufere
ganhos importantes. Recife, por exemplo, fatura mais de 700 milhões nos três
dias de Momo. Será que Petrópolis não arranjaria uns 2
ou 3 milhões com a brincadeira?
Bomtempo, que ocupa pela terceira vez a prefeitura da cidade
serrana, por pouco não pôde se candidatar. Sua candidatura foi vetada pelo TRE
do Estado do Rio em decisão unânime (5 X 0). O homem respondia, até a data de
sua inscrição para o pleito de 2012, a 107 (cento e sete) processos no TCE. O
tribunal rechaçou duas de suas prestações de contas e o TER o considerou ficha
suja.
O então candidato recorreu e o caso foi parar no TSE que
anulou a decisão do órgão eleitoral fluminense. Não o considerou inocente,
apenas concluiu que o parecer do TCE era um parecer técnico que poderia ou não
ser aceito pela Câmara dos Vereadores a quem caberia a última palavra sobre a
rejeição ou aprovação das contas pouco ortodoxas de Bomtempo. Acontece que todos
sabemos como funcionam as câmaras de vereadores.
O TCE do Rio, não é nenhuma flor de austeridade, pelo
contrário, e mesmo assim reprovou as contas de Bomtempo. Sem embargo, a
população de Petrópolis deu-lhe mais um mandato e a demagogia deslavada e
pueril do prefeito convenceu os mui politizados das redes sociais.