Pois é, mais uma vez a Europa se
curva diante do Brasil. E não só a Europa. Também a grande democracia do norte
e a Ásia enrubescem diante de mais uma mostra de nossa superioridade. Refiro-me,
é claro, à nossa bandidagem.
Sim, nossos bandidos são os mais
valentes e destemidos do mundo. Não há membro da YaKuza, da Máfia russa ou da Camorra
que lhes faça frente. Os homens de Al Capone, parecem pacatos velhinhos se os
comparamos com nossos ladrões e traficantes. De onde tiro essa idéia? Dos
números oficiais divulgados pelas secretarias de segurança de todo o país sobre
autos de resistência.
Não há em nenhum lugar do mundo, onde
se faça estatística, tantos casos de resistência à prisão como aqui. Os homens
do tráfico e os arrombadores de caixas eletrônicos do Brasil só se entregam
mortos, o Parabellum na mão.
Num episódio recente de perseguição a
assaltantes de caixas eletrônicos em São Paulo, dos 15 meliantes envolvidos, só
sobraram pra contar a história, 2 ou 3. Segundo o Governador Alkimim e o
comandante da operação pega pra capar, todos os que se entregaram estavam vivos.
Uns mariquinhas.
Mas não é só na terra do picolé de
chuchu que isso ocorre. Também no Rio, Minas Gerais e outros estados, os autos
de resistência apontados como causa de morte de bandidos, constrangem os estatísticos
de outras nações que passam a vida mensurando números. Aqui não constrangem
ninguém. Estamos acostumados com a valentia e a macheza da bandidagem nacional.
As incursões do BOPE nas favelas do
Rio, deixam elevadíssimo número de cadáveres. Os kamikase do tráfico não deixam
por menos: resistem até a morte. Por sorte, têm péssima pontaria, pois as baixas nas forças da ordem não condiz com a valentia suicida dos
malfeitores. Suas balas encontram sempre algum morador inocente que presencia os acontecimentos. Isso é o que depreendemos dos pronunciamentos das
autoridades, tão rápidas nas palavras quanto seus comandados, no gatilho.
Aliás, é de se notar que todos os homens de nossas forças de segurança, são
atiradores de elite, pois mesmo quando chegam atirando nas favelas densamente
povoadas, não erram um tiro, só acertam perigosos traficantes. “Civil” baleado
é culpa dos bandidos.
Há que se louvar também os setores de
inteligência das Polícias Militares. Enquanto os cadáveres dos que resistiram à
voz de prisão esperam pelo transporte, sua folha corrida já está na ponta da
língua dos comandantes, que chegam 15 minutos depois dos confrontos, para serem
entrevistados por corajosas mocinhas vestidas com colete à prova de balas. Num
rápido informe dado pelos superiores dos batalhões, ficamos sabendo que todos
aqueles corpos de adolescentes que jazem no chão, são de perigosos traficantes.
Seus apelidos, suas relações com a chefia do tráfico e até o número do seu
sapato, nos é revelado. Nem o FBI nem a CIA nem o Mossad são capazes de tamanha
rapidez e precisão.
Para os bandidos mais valentes do mundo,
a polícia mais eficaz do planeta.