Para que tenhamos um feliz ano novo,
é imprescindível que os índios não sejam mais massacrados e espoliados de suas
terras. Há que barrar as pretensões do latifúndio.
Para que possamos ter alguma esperança
no próximo ano é preciso que a polícia deixe de assassinar meninos na frente de
suas casas. Não temos o direito de fechar nossos olhos e nossas bocas para o
genocídio.
Para que possamos sonhar com um ano
melhor faz-se necessário que quem protesta não seja preso por isso. Não podemos
temer a liberdade.
Para que não se repitam os mesmos
erros e enganos do ano que termina, devemos submeter nossas idéias ao crivo dos
fatos. Que quem insista no erro, fique só com seus puxa-sacos e suas gravatas.
Para que o novo ano seja realmente
novo, há que ter-se vontade de ferro e sonhos de plumas. Mais poesia e menos
Ipod.
Para que o ano que começa logo mais seja
diferente, devemos compreender que o mundo somos nós e os outros, todos os
outros. Cada um com seu sonho de felicidade e suas esperanças de justiça.
Para que não fiquemos apenas no
desejo de um feliz ano novo, comecemos agora a fazê-lo feliz. Apague o rojão e
acenda um baseado.
Feliz ano novo, feliz esperança. São
os sinceros votos do Manuel e os meus também.