Até mesmo na direita não fisiológica, há quem apóie o
financiamento público de campanha. Pelo menos é isso que transparece das falas
de alguns líderes no Congresso. Pode ser apenas jogo de cena, afinal são os
políticos mais prestigiados e influentes, os maiores beneficiários das vultosas
contribuições de empreiteiras, bancos e multinacionais.
Com jogo de cena ou não, a proposta vem ganhando força na
sociedade. Os defensores das doações de empresas para as campanhas milionárias
dos candidatos, estão na encolha. A linha de frente da grana farta está
representada pelo Pastor Everaldo e pelo Ministro Gilmar Mendes. Tirante os
dois estranhíssimos personagens, não tenho ouvido ninguém que venha a público
abertamente defender a tese de que é normal empresas investirem em candidatos.
Acho que o financiamento público de campanha deveria ser a
proposta a ser abraçada pela sociedade organizada de maneira clara e exclusiva.
Se a reforma política é a mãe de todas as reformas, como dizem alguns
políticos, o financiamento público de campanha é a avó. Mas de que
financiamento estamos falando?
Acostumados aos gastos
milionários vindos do bolso interesseiro das empresas, nossos políticos
certamente vão querer, caso a proposta prospere, sangrar os cofres públicos da
maneira mais descarada, portanto há que se falar em cifras antes mesmo de
iniciar-se a discussão de sua aplicabilidade.
O aspecto mais importante do financiamento público para
campanhas políticas, é a equiparação entre os postulantes aos cargos eletivos. Daí,
não podemos aceitar que os maiores partidos e seus proprietários criem
critérios, tais como tamanho da bancada ou número de filiados, para definir o
montante que cada um fará jus. Se é público tem de ser igualitário.
O financiamento público de campanha, justo e igualitário.
pode ser um divisor de águas quanto a forma de se fazer política no país. Quanto
ao conteúdo é outra conversa.
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