A campanha pela presidência começou e
começou feia. Paulinho da Força, sem fazer força, soltou coices e relinchos no
1º de maio ladeado pelos candidatos da oposição. Pediu cadeia para Dilma a quem
apoiou decididamente na última eleição, mas que não cedeu às suas chantagens. A
cara de pau indestrutível do sindicalista e seu eqüino desempenho naquele
palanque inaugural é sinal de que a oposição de direita não quer deixar lacunas
em agressividade e jogo sujo. Parece que vai ser esse o tom da campanha.
Essa instituição que é a ex-mulher,
também pode dar seu auxílio luxuoso na corrida eleitoral, pelo menos é o que
insinua Luis Soares no sítio informativo Pragmatismo Político, referindo-se a
ex de Aécio Neves, Andréia Falcão.
Aecin, que não comentou uma suposta
gravação feita pela polícia na qual ele e Andréia discutem e são mencionadas
malas de dinheiro e diamantes indo para Aspen na bagagem do senador, faz o que
se espera de um candidato em campanha: toma cafezinho na padaria e come pastel
cercado por puxa-sacos. Na foto que circula nos meios de comunicação, Paulinho
da Força (sempre ele) está de papagaio de pirata enquanto o político mineiro
sorri para a desconhecida iguaria. No próximo recesso é bem provável que Aécio
troque o Colorado por Campina Grande ou Mossoró. Vai comer buchada de bode pra
aprender a rir de pastel.
Com a candidatura tucana tão sujeita
às páginas policiais, e que sequer desfruta de muita simpatia no próprio
partido, a imprensa, que forma com a oposição de direita no país, parece que
vai jogar suas fichas na chapa Eduardo Campos-Marina Silva. A cobertura do
lançamento extra-oficial da candidatura dos dois feita pelas empresas de comunicação dos
Marinho, era só ternurinha.
O caso do Porto de Suape parece não assustar
nem o candidato nem seus apoiadores e na falta de algo melhor para tentar
derrotar Dilma, o pernambucano parece ser o preferido. Além do mais, Campos arrasta Marina (ou será o
contrário?) que é a queridinha verde da vez. O discurso sibilino de Marina é
garantia para agradar a classe média sem importunar o latifúndio e o grande
capital. Quando a moça fala ninguém entende nem se incomoda. É disso que Campos
precisa: comer pelas beiradas fazendo oposição a quem apoiava meses atrás, mas
com um discurso que não se confunda com o de Aécio, opositor de primeira hora. Há
que marcar posição para ter uma vaguinha num já provável 2º turno. A chapa, bem
equilibrada no que diz respeito ao prestígio político do candidato e da vice,
vai ter de bater em dois se quiser ter chances.
Dilma, que pesquisas atrás parecia
imbatível e prometia levar o prêmio no 3 de outubro, agora bota seus marqueteiros
para trabalhar e no 14º Encontro Nacional do PT levou Lula, o maior cabo
eleitoral do Brasil, à tira colo. O ex-presidente tenta pôr fim ao reclamo de
alguns correligionários por uma candidatura sua para substituir a da presidenta,
em queda nas intenções de voto segundo os datafolha da vida.
Se Aécio já se prepara para beijar
criancinhas e caminhar por feiras livres com pinta de quem ta achando tudo cara
e vai esperar a chepa, e Campos, ao lado de Marina, ensaia abraçar um jequitibá,
Dilma, por sua vez deverá lutar pela manutenção de seu eleitorado que provém
das camadas populares. Dilma, diferentemente de Lula, não se comunica bem com o
povo pobre. Bem que ela tenta, mas seu negócio é escrachar colaboradores
relapsos e políticos chantagistas que formam sua base no congresso. Nisso ela é
boa.
Então o que fazer para tornar Dilma uma figura
popular? Se for deixar por conta dos gênios da propaganda que dirigem as
campanhas, poderemos ver a presidenta no horário político catando feijão na
cozinha do Alvorada, enquanto desfia o rosário das conquistas petistas no campo
social e explica o caso da Petrobrás e sua refinaria milionária na terra de marlboro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário