domingo, 13 de setembro de 2015

A mais pura demagogia



Nesses dias interessantes que vivemos a palavra demagogia só é usada quando algo é feito em favor do povo pobre. Para os comentadores da internet, bolsa família é demagogia, cotas nas universidades também. Defender os direitos de favelados, gays e negros então nem se fala. No entanto quando a mais pura das demagogias é esfregada nas fuças dessa gente comentadeira e burra ela não percebe. Veja o caso da redução da maioridade penal.
A classe média (e os que aspiram sê-lo) comprou o discurso da bancada da bala e dos apresentadores de programas policialescos que pregam que a simples redução inibirá os jovens de praticar atos infracionais por medo à punição. Como se as casas que abrigam hoje os menores infratores fossem alguma disneylândia. É uma medida inócua e demagógica que só serve para enganar pascácios e satisfazer os desejos sádicos de alguns de nossos concidadãos saudosos de chibatas e pelourinhos. Mas tem pior.
Desde que iniciou seu pontificado o papa Francisco tem se notabilizado pela mais óbvia das demagogias. Primeiro foi a caso dos guarda-chuvas doados aos sem teto. (Guarda-cuvas esquecidos pelos visitantes do Vaticano é bom que se diga). Depois foi o passeio organizado para que os mendigos de Roma conhecessem as belezas da Capela Sistina e outros tesouros artísticos da Santa Sé. Previamente ao passeio foi oferecido aos miseráveis um banho higienizador do lado de fora, é claro, e uma merenda.

Agora são os refugiados que merecem a atenção do Sumo Pontífice. Francisco orientou as paróquias para que cada uma delas receba 1 (uma)  família de refugiados. As duas paróquias existentes no próprio Vaticano vão receber 2 (duas) famílias. Pois é. Parece que ninguém notou a desproporcionalidade entre a caridade papal e o número gigantesco de refugiados. Não há críticas, não se ouvem vozes contra essa deslavada demagogia. Todos parecem crer que as orações e os discursos proferidos por Sua Santidade sobre os que fogem do inferno da guerra e da fome já são suficientes. Não são.
A Igreja Católica poderia fazer bem mais que acolher uma família de refugiados por diocese. Com sua capacidade de mobilização, com suas finanças, com sua capilaridade poderia e deveria fazer bem mais. Mas não fará nada além de discursos e chamados à paz universal da qual ela mesma descrê.




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