domingo, 3 de janeiro de 2016

O barqueiro e o homem de bem





            O homem se tinha em alta conta. Achava-se um justo, um bom, um homem de bem. Um dia comprou um sítio e pra lá se mudou. Lhe disseram que a melhor maneira de chegar a cidade mais próxima desde sua nova morada, era de barco. Havia barqueiros que faziam a viagem rio abaixo e rio acima. Quando teve a necessidade de ir à cidade foi buscar no local que lhe haviam ensinado alguém que o transportasse. Contratou um barqueiro, combinou o preço e desceu o rio. Na cidade pernoitou e no dia seguinte se dirigiu ao pequeno porto para tomar um barco e voltar para o sítio. Encontrou o mesmo barqueiro que o trouxera e tornou a perguntar o preço da viagem. O barqueiro lhe disse que era o mesmo preço da véspera. O homem estranhou e disse:_"Ora, não é justo. Como pode ser que para subir o rio se cobre o mesmo que para desce-lo? Remar rio acima é muito mais penoso." O barqueiro, que sobre si não fazia contas e só sabia que era um bom barqueiro, lhe respondeu:_ O que o senhor quiser pagar a mais eu aceito. O homem de bem, o justo, sorriu para o barqueiro com seu sorriso de homem bom e subiu o rio nas remadas enérgicas do barqueiro. Ao desembarcar ofertou ao barqueiro e à humanidade o mesmo bom sorriso e pagou o que havia pago no dia anterior.




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