terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Aliança P.T-Sarney, como explicar?


Excetuando-se uns poucos petistas como o ex-governador do Rio grande do Sul, Olívio Dutra, dirigentes, militantes, apoiadores e simpatizantes do Partido dos Trabalhadores continuam insistindo em desmoralizar o Supremo na figura de seu Presidente Joaquim Barbosa.
Já não é o coro uníssono clamando pela inocência de Genoino, Dirceu, Delúbio e Cunha. As evidências, provas, depoimentos e confissões (com as de Silvinho Pereira, Duda Mendonça e do próprio Delúbio), tornam essa tese por demais esdrúxula.
Os argumentos usados agora vêem do arsenal conhecido por advogados e juristas: interpretações do arcabouço jurídico. Apenas interpretações. Acusa-se o Supremo, ou melhor, o Ministro Barbosa, de ter afrontado as leis vigentes, de ter atropelado o processo.
Ora, não passam de interpretações. As teses contrárias a esses argumentos existem, são conhecidas, foram debatidas durante o julgamento, submetidas ao pleno da Corte Suprema e por maioria de votos dos senhores ministros, e não por decisão de Joaquim Barbosa, prevaleceram. Mas quem defende o indefensável, trata matéria controversa como sendo matéria pacificada. A palavra de qualquer jurista contrário às teses prevalecentes no julgamento, é publicada pela imprensa governista como se tratasse de verdade incontestável. Mesmo que esses juristas tenham atrás de si um passado de conservadorismo e decisões mais que discutíveis.
Outra argumentação, se é que se pode chamar assim, é que o mensalão do PSDB mineiro precedeu ao do P.T e seu julgamento vem tardando, correndo-se o risco de prescrição de penas, caso seus autores sejam condenados. É uma confissão de culpa com um último esperneio. As atuações do Ministério Público e da Procuradoria da República devem ser mesmo postas em dúvida no caso do mensalão mineiro, mas nada tem a ver com o julgamento da AP 470. Um erro, a procrastinação no caso mineiro, não poderia ensejar outro. Seria fazer um tipo de justiça às avessas.
Bem, mas isso é coisa que discute-se. O que não é discutível, sob pena de afronta aos fatos, é a aliança do P.T com os Sarney no Maranhão. Tal aliança é espúria, acintosa, bastarda. É um deboche com os petistas maranhenses, com os eleitores do P.T no Maranhão.
Esse conluio, que vem desde o primeiro mandato de Lula, deixou os maranhenses entregues à sua própria sorte. Deixou de haver uma única voz, (que até então era a do P.T) para questionar os desmandos da sinistra família naquele pobre estado. Para culminar, o P.T resolveu apoiar a candidatura de Roseana Sarney ao governo do estado  quando esta trocou o DEM pelo PMDB de papai.  Tal fato levou o Deputado Domingos Dutra a fazer greve de fome e finalmente desligar-se do Partido dos Trabalhadores. O P.T perdeu um de seus quadros mais combativos e ganhou apoio no Congresso de Sarney e seus acólitos.
Mesmo quando os desmandos dos Sarney assumiram proporções nacionais com o caso dos atos secretos do senado, os deputados e senadores do P.T se recusaram a levantar a voz. Ao contrário: juntaram-se a Renan, Collor e outros da mesma estirpe para defender a permanência do último coronel na presidência daquela casa de leis. Alegava-se a governabilidade. Devia-se apoiar a podridão em nome da governabilidade.
Hoje, quando explode o caso da Penitenciária de Pedrinhas, a aliança do P.T com a família Sarney mostra sua face mais sinistra. O Partido dos Trabalhadores já não pode mais fazer vista grossa para o que praticam seus aliados Brasil a fora. Como explicar os mais de 50 milhões de reais que foram destinados pelo Governo Federal para a reforma do sistema penitenciário do Maranhão?  Como explica a imprensa chapa-branca seu silêncio durante os últimos anos, diante do descaso dos Sarney com a população maranhense? Como se explica uma aliança do P.T com a família Sarney?



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