terça-feira, 19 de agosto de 2014

Enfim, um técnico estrangeiro



Mesmo antes da copa, grande parte da imprensa já fazia campanha pela contratação de técnicos estrangeiros. Não só para dirigir nossa seleção como também pelos clubes. Para nossa imprensa especializada,os treinadores brasileiros são boleiros que pouco aprendem e nada estudam. Estariam ultrapassados. Os fatos (quatro Libertadores seguidas ganhas por times brasileiros nos últimos anos, por exemplo) não eram e nem são levados em conta por quem faz apologia do técnico gringo.
Depois, veio a copa e grandes seleções comandadas por técnicos festejados pela imprensa brasileira voltaram para casa já na primeira fase. Inclusive a Rússia que apostou num italiano (Capelo) para dirigir sua seleção. Mas esses fatos tampouco levaram os especialistas a refletirem melhor, e com a derrocada da seleção brasileira, o tema ganhou mais força.
A cantilena da imprensa xenófila acabou ecoando pelo Parque Antártica e o Palmeiras contratou o técnico argentino Ricardo Gareca.
Gareca assumiu durante o período da copa e teve tempo de trabalhar o time. Pediu a contratação de um punhado de jogadores vindos principalmente da Argentina sem que isso tivesse qualquer repercussão na imprensa. Contra ele não foi levantada nenhuma suspeita de intermediação nas contratações nem nada que o valha. Se fosse o Luxemburgo...
Podendo escalar o escandaloso número de 5 jogadores estrangeiros, o Palmeiras tem 8 ou 9 no seu elenco. Ou seja, vai pagar salário para gente que não pode ficar nem no banco. Se é só pra treinar e jogar esporadicamente, os meninos da base poderiam ser aproveitados, mas Gareca prefere estrangeiros de duvidosa competência esportiva.  Com o custo da contratação e o salário de uns 4 deles o Palmeiras poderia ter mantido o Alan Kardec no elenco. Duvido, que antes do jogo contra o São Paulo, Gareca conhecesse o Kardec.
Depois de 6 partidas no Campeonato brasileiro, Gareca coleciona 5 derrotas e 1 empate. Venceu a Fiorentina num torneio de pré-temporada para os clubes europeus e o Avaí, da segunda divisão, duas vezes pela Copa do Brasil. O time está na zona de rebaixamento e para piorar a situação vai enfrentar o Galo na próxima fase da Copa do Brasil.
Não faltam desculpas para a má condução de Gareca. Falam do fraco elenco que o próprio Gareca tem ajudado a montar, mas esquecem que times como o Sport, o Goiás, o Criciúma entre outros que estão à frente do Palmeiras na tabela, também possuem muitas limitações nos seus elencos.

Ninguém quer dar o braço a torcer. Nem quem contratou o treinador argentino, nem a imprensa xenófila. Mas ele já fala em abandonar o barco.

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