Leonel Brizola, além da liderança e do espírito de estadista,
tinha apurado faro político. Ainda assim errou feio em 89 quando previu que a
candidatura Collor se derreteria como gelo com o correr da campanha.
Também Ricardo Noblat viu a possibilidade de Collor estar
fora do segundo turno quando faltavam pouco mais de duas semanas para o pleito
Com o apoio dos meios
de desiformação, o caçador de marajás foi eleito e o resto é história.
Hoje, há quem diga que Marina, apesar do apoio irrestrito
daqueles mesmos meios de desiformação, é motivo de chacota e descrédito por
parte de politicólogos e jornalistas ligados aos grandes interesses, que só a
querem para forçar o segundo turno. Pouca gente a leva a sério como candidata.
Mas numa eleição em
que a direita tinha de apostar no fraco e complicado Aécio, por falta de opção,
a presença de Marina é um alento para as forças do conservadorismo. Mantendo o
mesmo patamar de votos da última eleição, Marina certamente provocará o segundo
turno que muitos dos apoiadores ocasionais de Aécio já viam como miragem.
O cenário perfeito para os que agora apóiam a candidatura
Marina Silva na vaga deixada por Eduardo Campos, seria um segundo turno com
Aécio e Marina. A rejeição da eco-evangélica por grande parte do eleitorado e
seu discurso sibilino, fariam o serviço
em favor do preferido das oligarquias e aeronautas.
No segundo dia dos presidenciáveis no horário eleitoral no
rádio e na TV, Marina não deu o ar da
graça. O programa do PSB exibiu as fotos de Eduardo Campos ao lado da acreana. Por
quanto tempo resistirá a comoção popular pelo agora cabo eleitoral defunto, é
uma incógnita.
Resta saber em quem serão depositadas as fichas dos
representantes dos grandes negócios. Creio que isso dependerá das futuras
pesquisas de opinião e das primeiras aparições de Marina na campanha
eletrônica. Essa gente é muito pragmática e Aécio pode estar embarcando num vôo
de Cláudio rumo ao ostracismo.
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