sábado, 2 de maio de 2015

A canetinha do soldado



Como se não bastassem as covardes agressões, o cinismo do governador e os meios de comunicação chamando de confronto o que foi um ato de extrema violência policial, apareceu o soldado Umberto Scandelari e sua canetinha hidrocor. Pois é, o cana se pintou de cor de rosa (simulando sangue) e postou no facebook a foto que seria a prova da agressividade dos professores. Só se for da professora de educação artística. O patético PM ainda legendou: Professor, conta outra. Que outra, Umberto? Que você além de violento é débil mental?
Tão logo a foto com a maquiagem grotesca apareceu na rede social os amiguinhos de Umberto se apressaram em mostrar solidariedade. Parece que muitos acreditaram ser sangue a pintura cor de rosa espalhada porcamente pelos braços do soldado sem noção. Se tem Umberto e sua canetinha tudo é possível. Mas o pior estava por vir.
Umberto e seu sangue de canetinha viraram tema de chacota nas redes sociais. O mico do soldado estava contaminando a brava corporação e era de se esperar que seus superiores tomassem alguma providência com relação à farsa, algo pra inglês ver como costumam fazer em situações semelhantes. Que nada. A PM do Paraná, através de alguém que a BBC Brasil não identifica, disse àquele sítio informativo que as manchas cor de rosa nos braços, mãos e rosto do policial provinham de bombas de tinta usadas para marcar manifestantes. Que como policiais e manifestantes estavam muito próximos o soldado foi atingido pela pinturinha. Só não explicou por que a farda não ficou manchada. Se cutucar ele explica.

Ficamos sem saber o que é mais ridículo: se a farsa do soldado Umberto ou a versão do porta-voz (formal?) da corporação. Mas ambos disputam apenas o segundo lugar. O grande campeão é, sem dúvida, o governador Beto Richa que insiste em dizer que não vimos o que vimos em dezenas de imagens reproduzidas nas redes sociais e sítios informativos. Segundo o governador os professores tentavam depredar o patrimônio público e foram contidos em seu nefando intento pela valorosa polícia. Os professores seriam os agressores. Ridículo e cínico.

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