terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Podia ser pior



                No próximo mês, Câmara e Senado elegem suas mesas diretoras. Para presidir as duas casas o PMDB fará valer sua maior bancada no Senado e o acordo com o PT na Câmara, onde o partido no governo tem maioria.
                Os nomes de Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves são favoritíssimos.
                No caso de Renan a única candidatura oposicionista que se apresentou até agora, foi a de Randolph Rodrigues do Psol e a eleição do alagoano são favas contadas, apesar de mais uma denúncia contra ele que chega ao STF. Desta vez Renan é acusado de crime ambiental. Mas para quem já escapou de cassação no caso da pensão terceirizada de sua filha natural, não será uma acusação por crime ambiental que irá assustar o Senador.  Seu estoque de óleo de peroba ainda não se esgotou.
                No Supremo, o caso da pensão, todavia tramita. E com a agravante de falsificação de documentos usados por Renan para justificar recursos. Um outro processo por improbidade administrativa e tráfico de influência, também está naquela casa de justiça esperando julgamento.
                Mas se para Renan as coisas caminham normalmente, por trilha por demais conhecida do Senador, na Câmara a eleição de Henrique Eduardo Alves enfrentará mais resistência. Contra ele também pesam denúncias graves. Emendas de sua autoria beneficiaram a empresa construtora de um assessor do Deputado. Ele não nega e diz que não há nada de anormal, mas depois de 11 anos assessorando Sua Excelência, Aloísio Dutra de Almeida pediu exoneração tão logo as denúncias foram publicadas na imprensa.
                O político potiguar terá como adversários a Deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) e o Deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Um terceiro nome, que era certo para entrar na disputa e assim fracionar os votos podendo forçar um segundo turno, retirou a candidatura e vai apoiar Henrique Alves. Trata-se do Deputado Ronaldo Fonseca.
                Deputado e pastor da franquia Assembléia de Deus, Fonseca prometia, se vencesse a disputa pela presidência da casa, pôr em pauta assuntos polêmicos como a união civil de pessoas do mesmo sexo e a questão da criminalização da homofobia.
                Homofóbico por vocação e religião, o Deputado também se notabiliza pelas declarações que faz. Falando sobre o caso dos sanguessugas que envolveu vários políticos da bancada evangélica, Fonseca foi taxativo:_ “O envolvimento de evangélicos no caso dos sanguessugas foi para encobrir o mensalão.  Foi uma armação”. Mas na mesma entrevista ao sítio informativo Congresso em foco, lemos outra declaração de Fonseca na qual ele diz que o mensalão nunca existiu, não houve compra de apoio parlamentar e tudo não passou de um acordo político. Ele é do mesmo partido de Waldemar da Costa Neto.
                Para embolar um pouco mais, Ronaldo Fonseca dizia, quando ainda era candidato, que a Câmara devia reagir às denúncias da imprensa contra deputados, mas ao mesmo tempo, apontava o corporativismo da casa como algo a ser combatido.
                No campo de ação de sua predileção, o combate ao pecado da homossexualidade, Sua Excelência é, todavia mais curioso. Afirma que a homofobia não existe, que é ficção e que não aceita a ditadura gay. São suas as palavras:_”Só digo que não concordo com a prática deles, (os homossexuais) porque, para mim, por questão de fé, é pecado como a prostituição e o adultério. É pecado e eu não aceito.Isso não quer dizer que você não possa ser gay.”
               Sem apoio do próprio partido e com forte concorrência na sua especialidade, que é falar bobagens, Fonseca retirou sua candidatura.



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