segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Os premiados





            É dezembro. Certamente o mês mais chato do ano. Claro, depois vêm as festas, as roupas bonitas, a comida natalina, o porre de sidra. Mas enquanto rola o fatídico mês a chatice predomina. As reportagens dos telejornais sobre as compras de Natal, a pieguice dos anúncios publicitários, as frases feitas no facebook e as premiações. Ah! as premiações. Não há atividade humana que não seja objeto de alguma premiação nesse mês de acertos de contas. Entre os premiadores, os jornalistas estão na vanguarda. Cada um, na sua especialidade, se dá o direito de premiar.
            Não satisfeitos com a primazia de conferir lauréis para quem lhes pareça digno de recebe-los, os jornalistas também outorgam muitos e muitos prêmios a outros jornalistas. São tantas as associações, confrarias e entidades dos profissionais da imprensa que premiam os seus membros, que qualquer sujeito que exerça a profissão pode estar certo que algum troféu ou, pelo menos, um diploma de honra ao mérito vai levar para casa para orgulho da mamãe.
            Nas outras atividades profissionais há que se esforçar mais um pouquinho para receber algum galardão. Entre os políticos, por exemplo, são raros os meios de comunicação que premiam a operosa categoria. Deixo aqui minha colaboração para que não passem em brancas nuvens os esforços de nossos representantes e governantes e sugiro os seguintes nomes para o panteão da pátria.
            Na categoria "Político Escrotinho do Ano" não creio que haja discordâncias. Duvido que alguém possa apontar maior merecedor da honraria que o meu, o seu, o nosso Eduardo Cunha. Embora exista forte concorrência Cunha foi perfeito. Não houve quesito de escrotitude em que ele não pontuasse por encima dos demais. Nessa categoria, Jair Bolsonaro é hors concours, mas o político da caserna levaria o troféu "Boçal de Ouro" pela décima vez consecutiva.
            Entre os que contribuíram para que  o processo democrático parecesse qualquer outra coisa Paulinha da Força receberia condecoração na categoria "Pau Mandado Especial". O ano foi pródigo em políticos leva-e-traz, mas Paulinho venceria a disputa por carregar o nome no diminutivo, tão próprio para quem leva recados.
            O "Cara de Pau" de 2015 iria facilmente para Michel Temer que acumularia essa premiação com a de "Chororô Decorativo" e a de "Traíra Dourada" tornado-se assim o grande vencedor do ano.
            Entre as senhoras que horam a pátria com seu lavor nas lides políticas, Kátia Abreu seria nome certo para a categoria "Papel de Embrulhar Prego". A reconhecida grossura da dama da motosserra atingiu seu ápice num recente jantar de confraternização de senadores quando jogou um copo de bebida em José Serra, seu concorrente. Esse fato a tornou imbatível. Já a vejo caminhando pelo tapete vermelho com sua proverbial elegância no trajar, para receber das mãos de Rachel Sheherazade seu prêmio: um tacape confeccionado em ouro e pedras preciosas pelo artista plástico Siron Franco.
            O troféu "Porrada Educativa" seria dividido entre os governadores Beto Richa e Geraldo Alkimim, enquanto Marco Feliciano disputaria com alguns outros deputados, que preferem manter o anonimato, o cobiçado troféu "Meu Armário, Minha Vida".
            Outro nome incontestável é o de Delcídio do Amaral. O senador, entre tantos outros profissionais, levaria o "Boca na Botija de Ouro" por sua performance nas gravações do filho de Cerveró.
            Como em todas as premiações muita gente fica de fora dessa minha tentativa de fazer justiça àqueles que tanto contribuem para que a política nacional seja esse inacabável festim. Paciência. Logo teremos mais um ano inteiro para que Suas Excelências mostrem do que são capazes.
         

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