segunda-feira, 25 de abril de 2016

Abestados





            O Tiririca tava lá, quietinho e na dele com seus muitos votos, um bom salário e uma pensão vitalícia a caminho. Cumpria seu papel histórico de ser mais uma nulidade bem remunerada do país das nulidades e dos ganhos inexplicáveis. Pouco ou nada falava e sua assessoria preparava umas coisinhas pra de vez em quando. Tiririca, tal qual a erva que lhe empresta o nome, florescia nos baldios do Planalto.
            Por falta de assunto ou por pouco traquejo quando de atuação política se trata, as redes sociais deram de mencionar Tiririca como exemplo de parlamentar. Louvaram sua assiduidade como se o deputado com sua presença na Câmara fizesse girar a roda do debate de ideias. Enalteceram seu silêncio como expressão de sabedoria. Não faltaram postagens com sua foto e alguma de suas raras declarações encimadas por frases como:"E agora, quem é o palhaço?" De piada eleitoral Tiririca passou a ser uma celebridade política.
            Mas aí veio a votação pela admissão do impeachment e Tiririca votou com aqueles que querem derrubar a presidenta. Muitos dos que o aplaudiam passaram a chama-lo de traidor e outras delicadezas. Ora bolas, Tiririca ao votar estava sendo coerente com seu histórico, com sua atuação política até aquele momento. Apenas se aliava ao senso comum. Como sempre. O problema é que nas redes sociais o senso comum muitas vezes é tido como fruto do saber popular, o supra sumo da filosofia. As frases ensaiadas de Tiririca e sua inaptidão para o debate e a polêmica fizeram com que muitos vissem nele a personificação do homem do povo que moraliza os costumes políticos, que com sua simplicidade pueril mostra que o rei está nu. Nada disso. Tiririca é sim um típico político do baixo clero, puxador de votos e inoperante. Para quem acreditou nele fica a frase senso comum do facebook: "Tu te tornas eternamente trouxa pelas expectativas que cultivas." Abestado.

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