quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A elite brasileira não é elite





A elite econômica brasileira está longe de ser uma elite intelectual. Aqui, a posse de bens e recursos financeiros não redundou em refinamento de ideias ou aquisição cultural. Daí vem o fato de que quem defende seus interesses nas ruas (por ignorância, por estupidez, por ódio ou por desprezo pelos mais pobres) serem os mais violentos e boçais. Esses agitadores violentos e boçais proveem tanto do lupem proletariado quanto da classe média que se julga inteligente e detentora de todas as virtudes. Vez por outra algum artista ou intelectual se soma a essa turba que tem o delírio do linchamento, do castigo físico e moral de quem se opõe às suas ideias.
Num momento de crise como o que vivemos (crise muito mais moral e institucional que econômica) é que vemos, atônitos, o emergir dessas forças obscurantistas e boçais que julgávamos pertencerem ao passado. Não menos atônitos assistimos nulidades serem sacralizadas pela imprensa hegemônica. Debaixo de nossos narizes surgem Kataguiris e Holidays; Olavos e Sheherazades: Bolsonaros e Frotas; Moros e Gilmares que nos enchem de vergonha pelo simples fato de ostentarmos a mesma nacionalidade que eles.
Também debaixo de nossos narizes as elites econômicas tramam. depredam, saqueiam à luz do dia em escritórios e parlamentos. A mais grosseira rapinagem do que é público e poderia servir de alicerce para a construção de um país mais justo, é praticada por essas elites sem reparos ou pudor. Nada que tenha valor de mercado lhes escapa. Das terras indígenas ao petróleo; das jazidas minerais à merenda escolar, tudo é tido como pertencente, por direito divino ou de classe, às elites ignorantes e mesquinhas do Brasil.


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