sábado, 10 de dezembro de 2016

Qual o momento certo para assumir o golpe?

Em vez de almoçar meu feijão com farofa de todos os dias preferi um ração de alpiste e semente de girassol. E nada de limonada, bebi apenas água numa tigela com a borda lascada que já não tem serventia na cozinha. É que estou tentando, através da dieta, entrar no mundo das aves para pensar como um tucano.
Parece que o método não funciona, pois a única coisa que aprendi sobre a ave bicuda é que alpiste não faz parte de seu cardápio. No mais, ando às escuras sobre o modo de pensar tucano.
Quer um exemplo? Ainda não concluí se é melhor tomar o comando do golpe logo no início do ano nomeando indirtetamente o ínclito Fernando Henrique Cardoso ou deixar que sangre o sócio minoritário da empreitada para oferecer a salvação nacional em 2018. No momento os acionistas do golpe estão cobrando suas debêntures e talvez seja melhor que o pagador seja o pequeno Temer e seu ministério ficha suja. Comprometer alguém como FHC com a agenda que está sendo implementada pode ser o prenúncio de derrota para o PSDB nas eleições presidenciais (se é que haverá eleição para presidente).
A primeira vista esse raciocínio parece lógico, cartesiano, mas tem um porém: Lula. Quem nas hostes tucanas poderia derrotá-lo num pleito? Ademais, sabendo-se da impossibilidade de unir o tucanato em torno de um nome, quem teria a mão suficientemente pesada para impor-se como candidato desafiador? Serra, o Picolé de Chuchu e Aécio já foram derrotados e se boicotaram mutuamente. Talvez um nome novo, uma espécie de João Dória. (Claro que o próprio já estará inviável para 2018. Com um ano e meio de prefeitura, o empalado já terá conquistado uma universal antipatia). Teria que ser um rico empresário, desses que ainda não foram pegos metendo a mão no dinheiro público e que mostre uma uma visceral ojeriza à política quando for pleitear o cargo politico. Mas quem? Imagino que se eu fosse tucano de verdade e não apenas um comedor de semente de girassol poderia citar uma vintena deles.
Uma possível solução para os impasses tucanos poderia estar a caminho com a posse de Trump. A mão operacional do golpe (procuradores e juízes) poderá receber ordens do sócio internacional de prender Lula e cassar-lhe os direitos políticos, Essa tese também parece lógica, mas com Lula fora da disputa e a chance de vitória tucana vai sobrar bicada pra todo lado.
Não sei se minhas dúvidas são as dúvidas ou certezas tucanas e mesmo caprichando na dieta não creio que tenha os requisitos para pensar como tucano. Me faltam um apartamento em Higienópolis e (como diria aquela jornalista) ser cheiroso




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