quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O clã Sarney em apuros


                Sarney, o último coronel, está internado com pneumonia e dengue. Está em São Paulo, no Hospital Sírio e Libanês. Sua filha Roseana, governadora do Maranhão, entre outros familiares, faz-lhe companhia. O Senado tem convênio com o grande hospital paulista e para lá se dirigem os senadores para curar qualquer pereba, calo ou queimadura provocada pelos colorantes de cabelo.
                As enfermidades de Sarney, de fácil tratamento em pessoas mais jovens, conferem grave risco à gente que já está com prazo de validade vencido. É o caso do velho senador. Mas mesmo que assim não fosse, o ex-presidente não seria besta de tratar-se em sua terra natal, sob os cuidados e dengos da sua numerosa família. Por dois motivos: gente rica adora coisas de graça. Se o moribundo senador pode tratar-se a expensas do povo brasileiro, por que iria pagar?  E também tem a questão de Sarney ser maranhense. Seu estado é um dos mais miseráveis do país. Não atrai nem investimento especulativo, muito menos médicos ou empresas hospitalares. No Maranhão todo parto é de risco, toda doença é grave. Durante o tempo que a famiglia Sarney governou aquele estado, a penúria dos maranhenses só aumentou. Nem mesmo os avanços sociais que se verificaram no país chegaram por lá.
                Enquanto acompanha o pai enfermo, Roseana deixa seu vice na condução do desgoverno maranhense. E aí reside uma dessas coisas que nos faz descrer de tudo e de todos; o vice-governador do Maranhão é do PT. O Partido dos Trabalhadores está em aliança com o clã Sarney naquele estado. Quem poderia imaginar?
                Pois bem, agora a Procuradoria Geral da União através de seu titular, Roberto Gurgel, deu parecer favorável a  um pedido de cassação da governadora e seu vice por abuso do poder político e econômico nas eleições passadas. Disputando sua reeleição, Roseana, às vésperas do pleito, firmou nada menos que 979 convênios com prefeituras maranhenses. Os senhores prefeitos teriam retirado apoio aos candidatos de oposição Jackson Lago e Flávio Dino de olho nas verbas que fluíram do caixa do governo estadual para as prefeituras. O dinheiro foi depositado em tempo recorde (2 dias) nas contas municipais e sacado em espécie na boca do caixa. Uma maravilha.

                Esse é mais um caso escabroso em que o PT se vê envolvido por misturar-se com o que há de mais podre na política nacional. Vai ser duro para a imprensa chapa branca defender a lisura de Roseana e seu vice. Mas não tenho dúvidas que em nome da governabilidade e do apoio do poderoso clã ao governo, isso será feito. Deve-se repetir a estratégia de lançarem-se acusações contra Gurgel e o Supremo quando o caso lá chegar. 

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