Em 1985 o PT fez
uma escolha importante nas eleições para o governo do Rio: preferiu lançar
candidatura própria e não apoiar Darcy Ribeiro, candidato do então governador
Leonel Brizola. Os petistas diziam que Brizola era populista e Darcy
autoritário. O sindicato dos professores do Rio, dominado pelo Partido dos Trabalhadores,
concordava totalmente com essa análise e ia além. Os Cieps, principal
realização do governo Brizola sob inspiração de Darcy, eram menosprezados pelos
mestres. Segundo eles a escola carioca de tempo integral carecia de projeto
pedagógico. Para aqueles burocratas de sindicato, Darcy não tinha um projeto
pedagógico
Darcy perdeu a
eleição e o povo fluminense deixou de ter o primeiro e único governador na
história do país ligado à educação. Claro, os votos que foram dados ao PT não
seriam suficientes para dar a vitória à Darcy caso o partido de Lula o tivesse
apoiado, mas aqui estou falando de escolhas. De optar-se por que lado do balcão
se quer estar.
O vencedor
daquela eleição foi o carreirista Moreira Franco que disputou o pleito pelo
PDS e que hoje é chefe da Secretaria de Aviação Civil do governo Dilma.
Anos mais tarde
o PT fez outra escolha importante na sua história: escolheu apresentar seu candidato
à presidência, Luis Inácio da Silva, como um novo candidato. De barba aparada e
terno bem cortado, ele foi alcunhado de Lulinha paz e amor.
A candidatura
veio acompanhada por carta aberta que tinha como alvo a calma dos mercados.
Essa escolha trouxe outras em seu bojo, como, por exemplo, a contratação do
marqueteiro Duda Mendonça para comandar os aspectos propagandísticos da
campanha. Aliás, o banho de loja e barbearia foi idéia de Duda.
Optou-se também por
uma política de alianças das mais heterodoxas. Vencidas as eleições, com o
apoio do PMDB, PL, PTB, PMN e PP, Lula iniciou seu governo com a reforma da
previdência já esboçada no governo de FHC. Essa reforma, a única posta em
prática pelo governo de Lula, trouxe prejuízos consideráveis aos trabalhadores.
De lá pra cá foi uma no cravo e outra na ferradura.
Se por um lado o
governo encabeçado pelo PT lançou políticas sociais que melhoraram as condições
de vida de milhões de brasileiros, por outro, as reformas mais importantes para
o país foram esquecidas.
A reforma
agrária continuou no mesmo passo de tartaruga que os governos anteriores haviam
adotado, chegando-se ao ponto do atual governo da Presidenta Dilma só estar à
frente nesse quesito do infame governo de Fernando Collor de Merda.
O que assistimos
hoje no campo, é uma mudança de estratégia dos robustecidos latifundiários que,
no vácuo deixado pelo governo, partem para a ofensiva sobre terras indígenas,
quilombolas e de preservação, como há muito não se via. A porta voz dos
ruralistas, como eufemisticamente deu-se de chamar os latifundiários, senadora
Kátia Abreu, mudou de partidos duas vezes, apenas nesse ano, para estar na base
do governo. Do oposicionista DEM
transferiu-se para o partido de Kassab que não é nem de direita nem de esquerda
nem governo nem oposição e deste para o saco de gatos gordos que é o PMDB,
maior partido da base de sustentação do governo.
Como é agora
situação, a líder do atraso rural e mental exige a demissão do Ministro da
Justiça, José Eduardo Cardozo, e ameaça com derramamento de sangue de índios e
sem terras. O morticínio indígena já começou e suas lideranças vão sendo
vítimas do terror dos senhores feudais que dominam o campo brasileiro.
Pode-se dizer
que essas mortes são outra escolha do PT.
Caraca, um pouco forte. Sou leitor assiduo deste blog e conheco o autor a decadas, ele sempre soube mais do que eu, as veses ate sobre mim mesmo ( nao e preciso nem mencionar/comparar o conhecimento da lingua, ne ? ) Agora, para abismar ainda mais nossos saberes e diseres, lhe pergunto, meu caro JG : e se nao fosse o PT, o Lula, a Dilma ? o que teria sido do nosso Brasil ?
ResponderExcluirNão faço a menor idéia.
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