Os EE.UU são um dos países mais ricos
do mundo. Não que lá não exista pobreza, não exista desigualdades, pelo
contrário: a existência de milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de
pobreza (fato que deveria envergonhar o país que mais produz riqueza e mais agrega valor
a seus produtos) é jogada para debaixo do tapete da prosperidade e do sonho americano. Mas, é preciso que se diga, a existência de miseráveis no seio da prosperidade
e da fartura é a própria essência do capitalismo que por lá se pratica.
E se a coexistência com miseráveis no
seu próprio território não envergonha o governo norte-americano, o que se dizer
então de suas disputas comerciais com os países pobres? Aí então é que não há
mesmo espaço para vergonha. Foi o que se viu na última reunião da OMC em Bali:
os EE.UU contrários às políticas indianas de segurança alimentar.
O governo do país asiático tenta,
através de políticas públicas, garantir a compra de produtos agrícolas de
pequenos produtores locais para forçar o aumento da produção de alimentos e
facilitar a permanência do homem no campo. Isso para os negócios americanos é inaceitável.
Claro, os EE.UU não estão sós no
negócio da fome. Os ricos da Europa também vêem com maus olhos qualquer
política de subsídios de países pobres para seus agricultores, embora todos
saibam que são os países ricos que mais subsidiam seus produtores,
especialmente as grandes corporações. Fazem isso através de créditos, compras
preferenciais, assistência técnica e toda espécie de vantagens legais. Usam de
eufemismos em suas leis de proteção à agricultura. Mascaram subsídios, usam de
barreiras sanitárias para barrar a entrada de produtos oriundos de países
pobres, sobretaxam e argúem até problemas ecológicos quando de beneficiar seus
agricultores se trata. Quanto à fome no mundo, nem uma lei, nem uma palavra. A
fome é um grande negócio capitalista.
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