segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cartolas podres, e o quê mais?



A estrutura do futebol brasileiro é podre. Desde sempre foi podre. Desde sua aparição entre nós. O futebol começou no Brasil como coisa da elite. Manteve enquanto pode seu veio racista, seu preconceito de classe social. Entre os grandes países futebolistas da América do Sul foi o último a se profissionalizar.
Já em 1930, no primeiro mundial, uma briga entre as federações carioca e paulista impediu que mandássemos para o Uruguai nossos melhores jogadores e apenas os cariocas nos representaram. Havia sim um rebelde paulista que fez parte do elenco e que depois de retornar foi punido pela federação de seu estado.
Vieram os tempos áureos. Craques brotavam feito água, principalmente entre as classes pobres da população, entre os negros. O público enchia os estádios. Vieram os títulos. Vieram sob a desconfiança dos dirigentes que não acreditavam no futebol brasileiro, nos nossos jogadores. Principalmente depois da derrota em 50. Vieram apesar deles.
Depois da vitória na Suécia, o cartola mor da época, Paulo Machado de Carvalho foi falar com Nilton Santos que não sabia o que dar aos jogadores. Como não acreditavam na vitória da seleção brasileira não haviam estipulado nenhum prêmio, nem haviam pensado no assunto.
A estranha numeração que a seleção usou naquele mundial veio também da desatenção dos dirigentes que mandaram apenas os nomes dos atletas para a FIFA nas vésperas do torneio. Conta a lenda que foi um jornalista uruguaio, que andava pela Suíça naqueles dias, quem passou a numeração para a federação internacional. 
Como nem imaginaram que a seleção brasileira pudesse ir a final,  esqueceram-se de levar um segundo uniforme que não tivesse as mesmas cores dos anfitriões. Improvisaram a camisa azul lá mesmo e Paulo Machado de Carvalho, escondendo a própria incompetência, inventou a história que o azul era a cor do manto de Nossa Senhora e blá blá blá. Já ouvi dizer também, que levaram a camisa branca, que ficara amaldiçoada depois de 50, como segundo uniforme. 
Depois de apodado de “o general da vitória”, o dirigente relapso virou nome de estádio e recebe, até hoje, da imprensa e dos cartolas que o sucederam, todas as homenagens.
No entanto, a incompetência dos cartolas e seus interesses escusos, não conseguiram derrotar o futebol brasileiro. Em 70, fomos campeões quando a CBD era quase um apêndice da ditadura e sob a direção de Ricardo Teixeira, que disputa com Havelange o título de figura mais daninha do futebol brasileiro, ganhamos mais duas taças.

Ou seja, a derrota humilhante para a Alemanha e a conseqüente eliminação da copa desse ano tem de ter outra explicação que não apenas a podridão e incompetência dos dirigentes. 

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