domingo, 6 de julho de 2014

O técnico da seleção.



Desde os anos 30, a seleção brasileira vem brilhando em mundiais. Naquele decênio fomos 3º colocados em 38. Nos anos 40, não houve copa. Nos anos 50 fomos vice em 50 e campeões em 58. Nos anos 60 fomos campeões em 62. Começamos os anos 70 sendo campeões e mostrando a maior seleção que o mundo viu jogar. Depois vieram o 4º lugar em 74 e o 3º em 78.
Os anos 80 foram ruins para nossa seleção, mas ainda assim levamos para a Espanha jogadores que estão, até hoje, entre os melhores de todos os tempos. Em 82, ainda que tenhamos saído prematuramente do mundial, ainda deu tempo para meter 3 X 1 na Argentina numa das maiores exibições já vistas de uma meia cancha.
Vieram os anos 90 e fomos campeões em 94 e vice em 98. Os anos 2000 nos trouxeram o título de 2002 e agora, na segunda copa dos anos 10, já estamos entre as quatro melhores, de novo.
Ou seja, em 20 mundiais disputados, estivemos entre os 4 melhores por 11 vezes, disputamos 7 títulos e ganhamos 5. O mesmo número de títulos que têm Argentina, Inglaterra, Espanha e França, juntas.
Por que escrevo sobre esses fatos tão sobejamente conhecidos? Bem, primeiro para me ufanar e depois para relembrar o que parece esquecido por nossos neo jornalistas esportivos: todas essas conquistas tiveram à frente um técnico brasileiro.
Nunca importamos técnico para comandar nossa seleção, assim como nunca naturalizamos nenhum jogador para defender nossas cores. Ao contrário, por exemplo, da Itália que sempre teve um estrangeiro naturalizado entre seus campeões mundiais. Mas voltemos aos técnicos.
De uns tempos para cá, os neo comentaristas esportivos deram para advogar pela vinda de um selecionador estrangeiro para dirigir a seleção brasileira. Eles não especificam qual a nacionalidade desse estrangeiro. Como falam, fica parecendo que tanto faz, desde que seja estrangeiro. Se vem da Inglaterra, do Burundi ou da Nicarágua, não importa. Há de ser estrangeiro. Alegam que nossos técnicos estão atrasados, defasados com relação aos estrangeiros. Que são boleiros e não participam de simpósios, palestras e cursos sobre futebol que são ministrados pelos novos gênios das táticas e das estratégias mundo a fora.
E aí vem o mundial. E o que vemos? Nossa seleção, comandada por um técnico brasileiro, novamente entre as 4 melhores do mundo e os gênios estrangeiros assistindo pela televisão.


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