Não quero minha palavra fora de mim
Quero-a dentro, encharcada
Criando
bolor e hera. Musgo e mofo
E que
ninguém ouse chamar
de
angústia tédio, rebeldia
ou
qualquer outra abstração
minha
palavra encharcada
Minha palavra não tem nomes, não nomeia nem define
Minha palavra não tem nomes, não nomeia nem define
Minha
palavra definha
É morna é
crua minha palavra e cheia de brotos podres
Minha
palavra que recusa nomes é horrenda e marrom
Viscosa
Minha
palavra me sufoca com sua ânsia de vir à tona
de
transbordar, de livrar-se de mim
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