quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Conselhos populares.



          A votação na Câmara era sobre o projeto do governo que cria os conselhos populares. Não era sobre o conteúdo do projeto e sim se a votação da referida iniciativa seria nominal ou não.
          Nossos representantes, ou melhor, os representantes "deles", pareciam não entender do que se tratava e após fazerem os mais absurdos pronunciamentos no curto espaço de tempo de um voto, votavam não. Ora, não faz sentido ser contra a votação nominal quem de antemão se coloca contra o projeto e ocupa a tribuna diariamente, desde que a criação dos conselhos entrou na pauta, para vituperar contra a participação popular. Claro que a votação nominal poderia acabrunhar certos deputados que prefeririam se alinhar com o atraso, na surdina. Ainda assim, fiquei com a nítida impressão que ninguém da direita sabia no que estava votando. Não seria a primeira vez que isso ocorre no parlamento.
          A representante do PV deve ter tido a mesma impressão que eu e antes de dar seu voto tentou esclarecer que a votação não era sobre o corpo da matéria, mas sim sobre o tipo de votação a qual seria submetida. Esclarecimento feito, votou não, votou contra a votação nominal do projeto.
           Enquanto Ronaldo Caiado brincava com seu smartfone, alheio ao que acontecia no plenário e outros representantes do atraso discursavam sobre soviets e revolução bolivariana, a representante do Partido Verde optou pelo voto obscurantista. Entende-se, afinal é ano eleitoral e os verdes não querem passar recibo de seus atos na hora de votar contra  a criação dos conselhos que pretendem dar voz à sociedade.Os verdes querem ser moderninhos e não fica bem assumir que, assim como os representantes da direita mais reacionária, querem ter o monopólio da opinião e do debate.
          O projeto que institui os conselhos não me parece nenhuma maravilha, mas é um avanço. Nossos deputados  ou melhor os deputados "deles" mostram claramente que não entenderam nada das manifestações de julho do ano passado. Não entenderam  ou não dão a menor bola. E o PV vai enrolando.

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