Na história recente do país,
tivemos candidatos muito ruins que saíram vencedores nos mais diversos pleitos.
O melhor exemplo é Fernando Collor de Merda que chegou à Presidência em cima de
um discurso barato e pose de galã de novela mexicana. Durou pouco seu
desgoverno mas ainda causa perplexidade sua eleição.
Enéas também mereceu muitos
votos, milhões deles, quando se candidatou ao mais alto cargo da República. Sem
contar que muitos candidatos derrotados conseguiram angariar os votos de
eleitores incautos que neles votaram sem saber bem por que motivo.
Roberto Jéferson, réu do
mensalão, saiu de um programa popularesco de TV e chegou à presidência de uma
casa de tolerância com sigla partidária. Do mesmo programa, saiu Wagner Montes
que se tornou figura de proa do PDT fluminense. A bola da vez é Celso Russomanno.
Eu defendo esquálida tese de que
o apresentador de TV é apenas um balão de ensaio da Igreja Universal visando às
eleições presidenciais de 2014. Testam-se estratégias. A campanha do candidato do
PRB à prefeitura paulistana é comandada por um pastor da igreja que se
licenciou do lucrativo ministério para isso.
Liderando as pesquisas de
intenção de votos, a campanha de Russomanno ganhou força própria e a Igreja
Universal está muito próxima de comandar politicamente a maior cidade do país.
Creio que nem mesmo eles esperassem tão bom desempenho do candidato
apresentador. O certo é que os adversários de Russomanno, não.
Serra e Haddad se prepararam
para trocar chumbo grosso entre si e, atônitos, assistiram o crescimento da
candidatura do homem da Universal sem sequer aperta-lo no que ele tem de mais
vulnerável: a ausência de idéias e programa de governo.
Só agora o confrontam com a
realidade e Russomanno quando abordou a questão do transporte público da cidade
logo expôs sua incapacidade e desconhecimento. Russomanno falou que quem anda
mais de ônibus deve pagar mais.
Se a proposta do candidato
afronta o bom senso, seja ele o da justiça social ou o da disputa eleitoral,
isso se dá pelo seu despreparo político e intelectual. Mas o que me causou
graça no episódio foi o que escreveu Cristian Klein para o Valor Econômico de
04/10.
Dizia o articulista que a
proposta de Russomanno era “aparentemente lógica, mas perigosa eleitoralmente”.
Ora bolas, como assim “aparentemente
lógica”? O normal, o lógico dentro de espírito capitalista é que quem consome
mais um produto ou serviço pague menos por ele. Se eu tenho dois filhos na
escola particular receberei um desconto na matrícula do terceiro. Se eu mando fazer
100 cartões de visita está claro que o preço por unidade baixará se eu mandar
imprimir 500. No supermercado um pacote de café de meio quilo sai mais barato
que 2 de 250 gramas .
Seria lógico que quem mais
utilize o buzão pague menos por passagem. Além do mais, os moradores da
periferia, que são os que mais utilizam o transporte público, não o fazem para
visitar amigos ou ir ao futebol. Eles andam em dois ou três transportes em cada
viagem para trabalhar, para produzir riquezas para outros.
A direita tradicional e liberal,
sempre trata de esconder suas verdadeiras intenções quando dessas questões se
trata. Uma vez instalada no poder promove seus despautérios e dá aumento de
passagens para as empresas de transporte público que são fortes doadoras de
campanha. Nessa Russomanno claudicou e perdeu vários pontos nas pesquisas de
intenções de votos. Uma lição para 2014.
Outra lição? Não crer na lógica
do senhor Klein.
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