Pode-se dizer que foi um sucesso a manifestação promovida
por Malafaia em Brasília. Numa quarta-feira à tarde reuniram-se mais de 40 mil
evangélicos para pagar mico. A estimativa da presença dos crentes no ato
público é da Polícia Militar do Distrito Federal. Claro que como em toda
manifestação seus organizadores darão outros números. Sempre se fala em 1
milhão de pessoas mesmo que se trate de um batizado ou um velório. Se fosse em Copacabana não
sairia por menos de 2 milhões. Mas convenhamos, era gente à bessa.
Preparados para um conflito, os promotores do evento levaram
muitos seguranças que, na falta do que fazer, acabaram expulsando do palco os
pastores da Igreja Quadrangular que tentavam colocar uma faixa com o nome de
sua seita. A faixa foi confundida com a bandeira do movimento LGBT.
No mais tudo em paz. Cantores gospel reviraram uzoim em
louvor e capricharam nos trinados. Aos pulinhos e com voz de falsete, Malafaia
comandou sua turma. Pregou-se contra a legalização do aborto, contra o
casamento gay, contra a lei que pune a homofobia. O rock and roll dos crentes.
Todos os que são a favor de ser contra tudo estavam lá ou apoiaram o ato. Bolsonaro na platéia cumprimentava simpatizantes e sorria. (Bem, sorria é modo
de dizer).
Mas havia pessoas que o olhar distraído poderia considerar
como estranhas no ninho. Entre os que acompanhavam as falações (não confunda
com felações) de Malafaia e seus blue caps, militantes da agremiação Rede Sustentabilidade,
de Marina Silva, coletavam assinaturas para a formalização do partido.
Também nesse caso não há nada de mais. É assim que se
faz política no Brasil: vale tudo. Qualquer aliança, qualquer apoio. Tudo que
possa ser usado, é usado. Pedir assinatura de gente que está alinhada com o que
há de mais conservador no país também vale, mesmo que a legenda de Marina
queira se mostrar como a última bolacha do pacote da modernidade.
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