Não venho acompanhando os jogos
olímpicos. Não é por falta de interesse senão por pequenos problemas pessoais
que não cabe aqui mencionar. Mas não estou totalmente alheio. Assisti os dois
jogos da Seleção Brasileira e um dos jogos das mulheres. Refiro-me, é claro, ao
torneio de futebol.
As mulheres meteram uma goleada
nas camaronesas como era de se esperar. O segundo jogo não vi, mas vi o golaço
que Cristiane meteu já no fim da partida. Os caras vão bem. Venceram os
egípcios mesmo fazendo um segundo tempo ruim, desconcentrado. Um dos gols dos
africanos saiu de uma falha individual de Juan que me parece ser apenas um bom
rebatedor, nada mais.
No segundo jogo a Seleção soube
furar a boa marcação da Bielorrússia e, virando o placar, venceu de maneira
convincente.
No torneio de futebol, vi também
o 2º jogo do Uruguai. Após vencer o 1º jogo contra os Emirados Árabes no
sufoco, a celeste olímpica enfrentou o Senegal e foi derrotada de maneira
incontestável. Embora jogando com um homem a menos por mais de 65 minutos, os
africanos deram um banho de bola na seleção que, segundo a imprensa esportiva
brasileira, era uma das favoritas ao título.
Acontece que a imprensa
esportiva brasileira comenta jogos que não vê e conhece times através da
internet. De onde tiraram que o Uruguai era favorito? A seleção albiceleste
conseguiu sua classificação para os jogos ficando em segundo lugar no torneio
sulamericano sub-20 vencido pelo Brasil. No jogo final perdeu para o Brasil por
6 X 0. Tomar uma tunda de 6 X 0, seja lá pra quem for, não habilita ninguém como
favorito a nada. Será que depois disso fez meia dúzia de exibições extraordinárias?
Além do mais o que sabia nossa imprensa sobre o Senegal? Sobre
os Emirados Árabes eu sei que no Saara, não o africano, o do Rio, há mais
jogadores árabes que no país do golfo. Ainda assim os uruguaios ganharam
apertadinho do pessoal do kibe. Agora lhes resta vencer a Grã Bretanha para se
classificar para a fase seguinte pois conta com 3 pontos e saldo negativo 1
enquanto Senegal soma 4 pontos e saldo de 2 tal qual a Grã Bretanha. Caso
empatem, os uruguaios teriam de contar com uma derrota dos senegaleses por 0 X
4 perante os árabes. Haja esfiha.
No outro grupo, a maravilhosa
Espanha, queridinha da imprensa brasileira, já está fora depois de perder paras as potências futebolísticas do
Japão e de Honduras. O jogo contra Honduras eu vi e o final foi melancólico. Um
jogador centro americano foi chutado e pisado enquanto estava caído após sofrer
falta, juiz e bandeirinhas receberam peitadas e xingamentos. Depois da derrota, e conseqüente eliminação, as
declarações do técnico espanhol e de seus comandados foram tão idiotas que me eximo
de transcrever. A imprensa espanhola culpou a falta de sorte e a arbitragem pelo
fracasso olímpico. Perderam o jogo mas não a arrogância tão comum naquelas
plagas.
Quanto ao resto, pouco ou nada
vi. Um pedacinho da abertura que me deu sono muito antes do ápice. Mas todas
que vi em jogos olímpicos anteriores também me deram sono. Andei, sim, lendo
alguma coisa sobre os bastidores dos
jogos.
Juca Kfouri nos conta que os
jornalistas credenciados recebem da organização dos jogos, uma bolsa de mimo.
Dentro há uma porção de coisas úteis como mapas e outros que tais. Tem até
creme de barbear. Acontece que na entrada dos estádios a bolsa é confiscada
pela polícia. Deve ser para dar a outros jornalistas pra que fiquem contentes
por algumas horas. O Turco também anda reclamando das apalpadelas inconvenientes
dos canas mesmo em quem já passou pelos controles de Raios X. Por que apalpam
tanto? Paranóia com terrorismo? Para humilhar os jornalistas de países
periféricos? Viadagem explícita? Quem sabe?
Mas só do Juca Kfouri li alguma crítica. Seus colegas que lá estão, nada comentam. Mantêm o comportamento típico
dos caipiras brasileiros embasbacados com qualquer bobagem ou novidade estrangeira.
Ontem, um aparelho que comanda a
largada das provas de natação pifou. Uma nadadora caiu na água. Nada de mais,
enquanto o aparelho era concertado as atletas tiveram tempo par relaxar e
aliviar a tensão que a falsa largada provocara. Em 2016 tal fato pode fazer
corar nossos jornalistas que vão falar que o Brasil não pode organizar nada.
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