A criação do
partido de Marina Silva foi apenas adiada, mas quando for registrado
oficialmente o Rede Sustentabilidade, é bem possível que sua idealizadora já
não faça mais parte de seus quadros. Marina anda muito irrequieta. Tudo vai depender
do desempenho eleitoral do PSB, se é que Marina chega até as eleições nesse
partido. Com a nova Marina tudo é possível.
Enquanto Marina
Silva tentava criar às pressas seu partido, vimos outras duas novas legendas
obterem seu registro: o PROS e o Solidariedade. Com eles chegamos ao incrível
número de 32 legendas aptas para disputar eleições e abocanhar as verbas do
fundo partidário. Isso sem contar com o precioso tempo de rádio e TV de que
disporão para fazer seu comércio.
Desses dois
partidos já sabemos o que esperar. O passado de seus fundadores fala por si.
Não há um sequer que não tenha transitado por várias legendas. Sabemos de
antemão que em nada contribuirão para a democracia nem para a
representatividade. Tal qual o partido de Marina, eles nascem para acomodar
ambições pessoais, sejam elas eleitorais ou outras ainda menos nobres.
O PROS, bem
antes da homologação de seu registro, apresentou o cartão de visitas numa
publicação que fez distribuir em Brasília. Dizia o panfleto:_”Insatisfeito com
seu partido? Quer sair dele sem perder o mandato? O PROS é a mais nova opção.”
Assim de
simples, sem sutilezas que pudessem gerar dúvidas. Um convite às claras ao
oportunismo e à burla ao ordenamento jurídico Mas não é só. O PROS não exige
apresentação de ficha limpa para quem queira se filiar, nem currículo, nem nada.
“É só assinar a ficha”, dizia ao telefone, seu primeiro tesoureiro, Niomar Calazans,
aos interessados.
O PROS, cuja
figura de proa é o ex-vereador de Planaltina (GO), Eurípedes Júnior, pagou aos
coletadores de assinaturas, R$ 0,25 por firma válida. Eurípedes já passou pelo
PSL e pelo PRP.
Outra figurinha
carimbada do partido recém-formado é Givaldo Carimbão, relator do projeto de
lei que instituiu a volta à idade média na política anti-drogas do país.
Carimbão deixou o PSB na companhia dos irmãos Gomes (Cid e Ciro) para aderir á
nova legenda que tem entre seus quadros a fina flor do reacionarismo religioso.
O PROS vai para
o congresso para engrossar a base de sustentação do governo, mas lideranças do
partido, ligadas às igrejas neo pentecostais já avisaram que serão
independentes quando o assunto for de ordem religiosa ou moral. Claro.
Já o
Solidariedade, que tem em Paulinho da Força seu líder e maior expressão, vai
para a oposição e deve apoiar a candidatura de Aécio Neves à presidência. Assim
como o PROS, o partido de Paulinho já nasce sob suspeita de fraude. Até a
assinatura de uma juíza eleitoral está sob suspeição de ter sido falsificada. Ou
seja, o Solidariedade começou com o pé direito na política partidária
brasileira.
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