segunda-feira, 16 de março de 2015

Manifestações 2º ato



Há pouco mais de duas semanas a polícia baiana matou 12 jovens na periferia de Salvador. Diante da chacina o governador Rui Costa pronunciou-se fazendo uma analogia futebolística. O governador comparou os assassinos com um artilheiro diante da meta adversária. Nada disse sobre apurações, perícia técnica ou afastamento dos policiais envolvidos. Preferiu a comparação estúpida e não voltou atrás nem mesmo quando setores da sociedade o criticaram.
Rui Costa é um governador do PT. E não é um petista de última hora; está no partido desde 1982. É puro sangue.
A chacina e a declaração do governador deveriam merecer o repúdio e a indignação de todos. Principalmente dos revoltados que se manifestaram dia 15 contra o Partido dos Trabalhadores e o governo que encabeça. Seria quase óbvio, para os que se manifestaram em Salvador, ligar o governador do estado ao governo federal e expor sua falta de sensibilidade ao comentar a morte dos meninos e sua incompetência no que tange à segurança pública.
Segundo as edições eletrônicas da Tribuna da Bahia e d’A tarde nada disso aconteceu. Ambos os jornais só falam dos cartazes e palavras de ordem contra o governo da Presidenta Dilma e generalidades contra a corrupção. A morte dos meninos por policiais, que estão sob o comando de um governador petista, não causou a indignação que causa o aumento do preço dos combustíveis ou a tabela do imposto de renda.
A omissão dos manifestantes diante da incúria do governador baiano não me surpreende. Os governos do PT não são criticados por seus erros e sim por seus acertos por essa camada da população que faz manifestações e vai atrás do trio elétrico do Lobão. Caso Rui Costa resolva implantar ciclovias ou criar um programa de inclusão social de travestis através da educação, aí sim merecerá a indignação e a vaia. Enquanto sua polícia estiver chacinando meninos negros da periferia, ele terá o silêncio cúmplice, a compreensão pelos “excessos” da polícia e até mesmo o aplauso dos revoltadinhos.



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