quinta-feira, 14 de junho de 2012

Políticos







Depois das oitivas dos governadores na CPI do Cachoeira, estou pensando em transferir meu domicílio eleitoral para Brasília ou Goiás. Os senhores governadores não só me convenceram de sua inocência como também provaram que são ótimos gestores públicos. Ambos receberam governos falidos e cheios de irregularidades administrativas. Ambos sanearam as finanças e transformaram gigantescas dívidas em superávit. Encheram os cofres das unidades federativas governadas por eles. Economizaram milhões do erário promovendo uma disciplina de gastos poucas vezes vista. Combateram desmandos herdados de administrações anteriores, moralizaram a coisa pública e viraram exemplo de gestão para seus partidos.
Tudo fizeram para o bem de seus concidadãos sem descurar da família. Ambos fizeram transações imobiliárias para assegurar o futuro dos seus. Foram aplaudidos por correligionários e deles receberam palavras de elogio e incentivo para que perseverem na dura missão de transformar a gestão pública.  Estou certo de ter ouvido dois dos mais brilhantes administradores do país, quiçá do mundo. Agora temo que sejam cooptados por alguma nação européia em crise para solucionar os problemas do velho continente.
Mas nem tudo que ouvi dos governadores me trouxe contentamento. Descobri um homem solitário e me compadeci. Refiro-me ao empresário de jogos conhecido pela alcunha de Carlinhos Cachoeira.
Embora viva na metrópole de Goiânia, ninguém o conhece. Não sabem de sua atividade empresarial e se o governador Perillo vai ao seu prédio é para visitar outros apartamentos, nunca o seu. Todos os que depõem na CPI ou no Conselho de Ética, só estiveram com ele uma, no máximo duas vezes e mesmo assim por casualidade. Parece não ter vida social o bem sucedido empresário. Quem sabe lhe falte o dom da simpatia. Quando o governador de seu estado lhe telefona para desejar-lhe feliz aniversário, é apenas um ato protocolar pois faz o mesmo com todos os aniversariantes de Goiás. E olha que o homem presenteia. Na certa no afã de conquistar amizades. Os telefones que gentilmente regalou são na verdade um pedido de socorro para que o salvem da terrível solidão. Sua mudez na comissão de inquérito talvez seja um sintoma da falta de costume de falar frente a frente com outras pessoas.  
Mas acho que vou aguardar até depois das eleições para a transferência do título de eleitor para o centro-oeste. Digo isso porque durante as campanhas eleitorais para as prefeituras, hei de duvidar. Foi assim na eleição municipal passada quando assisti a propaganda do prefeito Kassab que tentava a reeleição. Pude ver no programa eleitoral daquele prócer que a maior cidade do país não é só maior em população, parque industrial, renda per capita e oportunidades, não. São Paulo é um modelo de saúde, saneamento, educação e segurança pública de causar inveja ao primeiro mundo. Tem remédio de graça que é entregue em casa, escolas que parecem a Dineylandia, hospitais limpos e bem equipados onde todo mundo sorri. Sorri a enfermeira, sorri o médico e até o moribundo sorri. Nunca havia visto hospital tão alegre quanto o hospital do Kassab. Dá vontade de arrumar uma doença e ir gargalhar na paulicéia.


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