terça-feira, 17 de março de 2015

Manifestações. Os Black blocs não foram



Os organizadores da manifestação do dia 15 em Belo Horizonte, contrataram lutadores de artes marciais para darem “segurança” ao evento. Se fosse em São Paulo, onde mais de 480 milhões de pessoas foram para a Av. Paulista, precisariam contratar o exército chinês. Mas foi em B.H e uns 50 bombados bastaram. O ato na capital mineira tinha menos gente que no jogo do Atlético contra a URT.
Segundo os organizadores contratantes a presença dos casca grossa era para prevenir distúrbios e segurar algum desordeiro até a chegada da polícia. Mas isso é linguagem “corporativa”. O que o homem quis dizer é que quem tumultuasse ia entrar na porrada.
Algum petista mais paranóico pode ter pensado que a mensagem era para ele: Nem pensar em aparecer na rua de camisa vermelha ou boné do MST. Escolado nos ensinamentos do imortal Ubaldo do imortal Henfil, não posso negar que o petista tem seus motivos para o ressabio.
Mas creio que a segurança anabolizada visava mesmo era os Black blocs.
Acontece que eles não foram. Digam o que quiserem dos meninos, mas idiotas eles não são. Quem se dispôs a marchar ao lado de malucos golpistas e viúvas da ditadura foi a classe média despolitizada que deu pra ver comunistas até na sopa.
Desde as manifestações de 2013, os Black blocs vêem sendo tachados de vândalos e baderneiros. Nessa análise torpe juntaram-se a imprensa e o governo, o golpismo e o PT, jornalistas a soldo e ministros. As máscaras dos meninos carbonários foi motivo para discursos moralistas, anacrônicos e reacionários. Até mesmo o incidente trágico da morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão, foi explorada para desqualificar o movimento. Os rapazes acusados de acenderem o artefato estão presos e Sininho e Karlayne são consideradas foragidas da justiça. Ao coro de acusadores somou-se boa parcela do petismo oficialista, temeroso das verdades que o movimento radical fazia vir à tona. Atacavam-se as máscaras e os que as usavam por não poderem atacar o fato que existe cada vez mais gente que não se sente representada por nenhum grupo político. Gente que já não crê na democracia representativa, mas que em vez de golpe propõe a participação popular.
Após as manifestações de caráter golpista do dia 15, o movimento Black bloc se posicionou através de sua página na Internet pela legalidade e contra os que pedem quarteladas para resolver os problemas da nação. Prometeram dar batalha em favor da democracia.
Será que agora o governo e os petistas vão entender quem é o inimigo?



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