Será lançado hoje na França, o livro “Soumission” (submissão,
em português) do escritor Michel Houellebecq. A obra de ficção fala da França
governada por um presidente muçulmano eleito em 2025. A crítica literária
francesa, Sylvain Bourmeau publicou uma resenha do livro. “Da noite para o dia,
na rua, as mulheres não se vestem mais da mesma maneira. A maioria veste blusas
de manga comprida de algodão por cima das calças. Encorajadas pelos programas
sociais do governo, as mulheres abandonam o mercado de trabalho. Isso faz com
que o desemprego caia drasticamente. Nos bairros difíceis a delinqüência
desaparece – ou quase isso. As universidades tornam-se islâmicas e os
professores não muçulmanos são afastados ou tem que se submeter ou se converter.”
O livro já desperta enorme polêmica na França antes mesmo de
ser lançado e deve cumprir seu papel de espalhar o medo na sociedade francesa.
Enquanto isso na Alemanha, ganha força e vai pras ruas o
movimento anti-islã auto denominado “Patriotas Alemães contra a Islamização do
Ocidente (Pegida, na sigla em alemão). De pequenas manifestações promovidas
todas às segundas-feiras em Dresde, o movimento se alastrou por uma dezena de
cidades alemãs. No último dia 8 de dezembro, mais de 10 mil pessoas foram a uma
manifestação do grupo na cidade que o viu nascer. Uma semana depois eram 15
mil, na outra 18 mil.
Há alguns dias, na França da liberdade, igualdade e
fraternidade, o prefeito do pequeno povoado de Champlan, nos arredores de Paris,
negou o pedido de sepultamento de um bebê por ele ser cigano. As sepulturas,
segundo o prefeito, eram para quem pagava seus impostos. Diante da indignação de
setores da sociedade francesa, o prefeito disse que tudo não passara de um mal entendido
e pôs a culpa em um funcionário que não estaria familiarizado com essas
questões.
Sábado passado, antecipando o Dia de Reis, um grupo
intitulado “Españoles em accion”, vinculado ao partido ultra-direitista “España
2000”, também racista e xenófobo, distribuiu brinquedos na praça do povoado de
Velilla de San Antonio, nas proximidades de Madri. Para espanhóis e latino-americanos
de língua castelhana, o dia de entrega de brinquedos é o Dia de Reis e não o
dia de Natal. Os brinquedos distribuídos
por “Españoles em accion” eram apenas para crianças espanholas. Quando viram os
cartazes do grupo ultra-direitista e o aspecto discricionário da distribuição
dos brinquedos, muitos pais se foram da praça com seus filhos. Outros não.
Na Suécia o partido anti-imigração “Democratas Suecos” já é o
terceiro maior partido do país. No rastro de seu crescimento três mesquitas
foram incendiadas no espaço de uma semana em três cidades. Num dos ataques
cinco pessoas ficaram feridas
Estes fatos são dos últimos dias e não são casos isolados.
São a ponta do iceberg.
Não é a primeira vez que a Europa em crise mostra sua face mais
terrível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário