domingo, 11 de janeiro de 2015

Festival de besteiras que assola o país



A semana que passou poderia estar numa antologia do FEBEAPA de Stanislaw Ponte Preta. Poucas vezes, em tão poucos dias, se falou tanta besteira. E foi besteira graúda, das grossas. Só faltou o Lobão. Se bem que muitos de seus fãs e seguidores também tenham contribuído nas redes sociais para a preservação do nome do ex-artista e, pelo que parece, também ex-ativista dos direitos dos imbecis e energúmenos.
Já na segunda-feira, Kátia Abreu, a ministra, disse que no Brasil já não há latifúndios e que os confrontos com os índios se dão por estes estarem abandonando a floresta e invadindo áreas cultivadas. Faltou dizer que também não há desmatamento e sim uma invasão florestal bolivariana e comunista.
Alguém deveria dizer a Dona Kátia que enquanto ela foi parlamentar seu direito de dizer bobagens estava garantido pela constituição. Mas agora ela é ministra de estado. Ganhou caneta, verba e o direito de nomear, mas perdeu o direito ao relincho e ao coice.
Depois foi a vez de Renato Aragão afirmar que os negros e os gays não se ofendiam antigamente com as piadas racistas e homofóbidas que eram contadas em seu programa de TV.  
Não sei de onde o Didi tirou essa certeza. Talvez ele tenha encomendado um estudo no mesmo instituto que Kátia Abreu encomendou aquele que diz que índio não quer nem precisa de terra.
Um festival de besteiras não podia deixar de contar com o aporte de Rachel Sheherazade, e a musa dos linchadores não defraudou seus admiradores. E aqui temos de deixar nosso reconhecimento por sua primazia. Raquel foi a primeira jornalista, talvez no mundo, a falar uma idiotice tendo por base o caso do Charlie Hebdo. Raquel comparou o jornal francês à revista Veja. Pois é, a Veja, aquela revista que conta entre seus colunistas com Rodrigo Constantino que criticou  sua colega Mirian Leitão por ela ter exigido desculpas dos que a torturaram durante a ditadura. Constantino exigia desculpas dela.
Claro, Raquelzinha já fazia jus a uma citação no FEBEAPA  pelo conjunto da obra, mas o oportunismo e o desvario da comparação merece lugar de destaque.

Para suprir a falta de deputados e senadores que estão em recesso e muito contribuiriam para a lista de bobagens, tivemos no domingo a cobertura ao vivo da marcha na França. Foi um delírio de lugares comuns para encerrar a semana com vergonha alheia. 

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