A semana que passou poderia estar numa antologia do FEBEAPA
de Stanislaw Ponte Preta. Poucas vezes, em tão poucos dias, se falou tanta
besteira. E foi besteira graúda, das grossas. Só faltou o Lobão. Se bem que
muitos de seus fãs e seguidores também tenham contribuído nas redes sociais
para a preservação do nome do ex-artista e, pelo que parece, também ex-ativista
dos direitos dos imbecis e energúmenos.
Já na segunda-feira, Kátia Abreu, a ministra, disse que no
Brasil já não há latifúndios e que os confrontos com os índios se dão por estes
estarem abandonando a floresta e invadindo áreas cultivadas. Faltou dizer que
também não há desmatamento e sim uma invasão florestal bolivariana e comunista.
Alguém deveria dizer a Dona Kátia que enquanto ela foi parlamentar seu direito de dizer bobagens estava garantido pela constituição. Mas
agora ela é ministra de estado. Ganhou caneta, verba e o direito de nomear, mas
perdeu o direito ao relincho e ao coice.
Depois foi a vez de Renato Aragão afirmar que os negros e os
gays não se ofendiam antigamente com as piadas racistas e homofóbidas que eram
contadas em seu programa de TV.
Não sei de onde o Didi tirou essa certeza. Talvez ele tenha
encomendado um estudo no mesmo instituto que Kátia Abreu encomendou aquele que
diz que índio não quer nem precisa de terra.
Um festival de besteiras não podia deixar de contar com o
aporte de Rachel Sheherazade, e a musa dos linchadores não defraudou seus
admiradores. E aqui temos de deixar nosso reconhecimento por sua primazia.
Raquel foi a primeira jornalista, talvez no mundo, a falar uma idiotice tendo
por base o caso do Charlie Hebdo. Raquel comparou o jornal francês à revista
Veja. Pois é, a Veja, aquela revista que conta entre seus colunistas com
Rodrigo Constantino que criticou sua
colega Mirian Leitão por ela ter exigido desculpas dos que a torturaram durante
a ditadura. Constantino exigia desculpas dela.
Claro, Raquelzinha já fazia jus a uma citação no FEBEAPA pelo conjunto da obra, mas o oportunismo e o
desvario da comparação merece lugar de destaque.
Para suprir a falta de deputados e senadores que estão em recesso
e muito contribuiriam para a lista de bobagens, tivemos no domingo a cobertura
ao vivo da marcha na França. Foi um delírio de lugares comuns para
encerrar a semana com vergonha alheia.
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