Um homem magro
Sua sombra estreita
Olhar movente que sempre espreita
Olhar movente, palavra pura
Gritava mudo na rua escura
Um homem longo
Cabelo e gesto
Mantém-se puro, altivo e lesto
Mantém-se puro, pois ainda chora
Quando está só como agora
Um homem moço
De modo plácido
Mas na boca fel, no peito ácido
Mas na boca fel, há raiva e vômito
Neste ser inteiro, todavia indômito
Um homem quieto
Que bebe calado
No entanto louco se embriagado
No entanto louco, inconveniente
Sabe-se espinho e não
mente
Um homem que tem
Uns poucos amigos
Que dele contam casos antigos
Que dele contam poucas proezas
De sua vida vazia de belezas.
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