terça-feira, 14 de agosto de 2012

A greve nas universidades







Não posso falar da greve dos professores universitários nem de outros funcionários públicos federais. Nunca vi um contracheque de professor nem de outra categoria que agora está em greve.
Conheço sim, os contracheques dos funcionários do Mac Donald pois esses foram exibidos em uma comissão da Câmara dos Deputados, poucos dias atrás. A remuneração mensal recebida pelos trabalhadores da rede mundial de comida rápida, variava entre os 170 e 300 e poucos reais mensais. A empresa está sendo acusada de práticas que se encaixariam no conceito de trabalho escravo.
Na última greve dos professores do ensino fundamental, também pude ver, na televisão e no face book, que seus contracheques exibiam baixíssimos números que mesmo se dobrados seguiriam sendo baixos.
No caso dos professores universitários, não vi nenhuma exibição pública de seus salários. Claro que bastaria pesquisar nos sítios de transparência do governo para conhecer tais números. Não é o caso.
O que tenho visto nas redes sociais são postagens que remetem aos salários dos políticos. Sem citar números, os professores e seus simpatizantes falam dos proventos exorbitantes recebidos por aqueles. Não cabe, a meu ver, nenhuma comparação, afinal todos sabemos dos despautérios praticados por essa gente que determina a própria remuneração.
Outro tipo de postagem que tem aparecido com freqüência, apenas demonstra oposição ao governo Dilma. Numa delas está Hitler lendo um jornal e dizendo que Dilma é uma das “minha” (as aspas são minhas). Me custa crer que algum professor possa cometer tal erro de concordância e ser tão leviano com relação à nossa Presidenta. Pensando bem, pode até ser. Hoje em dia chamar alguém de fascista ou de nazista ou mesmo dizer que no Brasil houve uma ditabranda e não uma ditadura, é comum. A vulgarização desses termos aumenta proporcionalmente ao tempo transcorrido entre os fatos e nossos dias.
Mas é só o que posso comentar, que a remuneração dos professores universitários está sendo usada pela oposição de direita sem discurso e também pela oposição de esquerda que busca apoio nos sindicatos que foram tão importantes para a ascensão do PT e que agora se sentem traídos pelo governo.
Se é justo ou não o que se paga aos professores ainda não sei. O que sei é que a categoria não expõe publicamente seus rendimentos, talvez por medo de não encontrar na opinião pública nenhum respaldo às suas reivindicações. Vivemos num país de baixos salários, no qual seus "doutores" não suportam que o fruto de seu trabalho seja equiparado ao de um soldador ou um operador de máquinas pesadas.
Por enquanto não sou nem contra nem a favor da greve. Vou continuar esperando que os professores me digam quanto ganham para poder julgar se é justa ou não sua remuneração. O mesmo vale para as outras categorias em greve. Como já disse, tampouco vou pesquisar o tema nos órgãos governamentais. Vou ficar aguardando a honestidade ideológica dos professores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário