Por ter jogado minhas peladas e acompanhar
com paixão o futebol profissional, eu me julgava um esportista, pelo menos, no
sentido lato do termo. Ledo auto-engano. Na verdade eu só gosto mesmo é de
futebol e lutas de boxe e MMA.
De 4 em 4 anos eu me disponho a
assistir os Jogos Olímpicos. Curto algumas coisas do atletismo e do
levantamento de pesos mas o resto me enche de tédio olímpico.
Existe algo mais entediante que
provas de saltos ornamentais? Sim, existe, é o nado sincronizado.
O mais chato é ouvir dos
narradores, que até ontem só conheciam mal e porcamente as regras do futebol,
sobre a beleza e elegância das praticantes do nado sincronizado. Ora, ver
aquelas moças que se aproximam da piscina com passo de ganso e prendedores de
roupa no nariz, me fazem sempre pensar que esse esporte deveria ser denominado Mocréias aquáticas.
Mocréias aquáticas em duplas ou em equipes, mas sempre mocréias, sorridentes e
esquisitas, praticando essa estranha modalidade que levou Ester Williams para
Hollywood para lá protagonizar os mais chatos musicais que o espírito humano
pôde conceber.
Muitos outros esportes devem ser
muito bons de se praticar mas para assistir não dá o menor prazer. A vela, por
exemplo. Na tela da televisão ou temos uma imagem fechada num barco que não se
sabe sequer para que lado está indo ou uma panorâmica de uma porção de barcos
que não sabemos se estão indo ou voltando. O esporte extremamente burguês, não
foi feito para ser acompanhado, muito menos pela televisão.
O que, sim, dá boas imagens é o
ciclismo, mas pelo que entendi dos especialistas que comentam nos canais
esportivos, a modalidade tem as regras mais estapafúrdias que já se viu.
Deveria ser uma corrida e quem chegasse na frente seria o vencedor. Mas não é
bem assim.
O tiro com arco, que deveria ter
o nome de arco e flecha, também não é algo que cause muito entusiasmo na
telinha. Num momento temos no vídeo uma cara gorducha e deformada pelo contato
com a corda, no instante seguinte, um alvo atingido, haja monotonia. Além do
mais o arco nada tem que nos faça lembrar a arma de guerra ou de caça que
víamos nos filmes de Errol Flyn. São uns objetos que mais parecem aparelhos
ortopédicos que qualquer outra coisa.
Há nos Jogos Olímpicos uma série
de esportes que causam grande comoção em narradores e comentaristas mas nem por
isso deixam de ser chatos ou incompreensíveis quanto ao critério de pontuação.
Assim é a ginástica. Ninguém se dá ao trabalho de explicar se os 15.600 pontos
obtidos por aquela moça magrinha no salto sobre o cavalo, é bom ou ruim.
A esgrima só teria graça se
fosse à vera. Os competidores usariam sumário traje branco e o primeiro a
sangrar perderia o combate e seria prontamente socorrido pelos médicos. Os que
morressem receberiam uma linda homenagem e seriam sagrados mártires olímpicos.
Algumas modalidades mudaram suas
regras para serem mais atrativas para o público. A luta greco-romana é uma
delas. O esporte é até interessante mas a posição de retorno à luta depois que
um dos contendores comete alguma falta, é muito constrangedora.
O vôlei de praia é que deveria
mudar as regras para atrair mais atenção. Os bikinis das moças deveriam ter seu
tamanho reduzido para padrões ipanemenses, guardando-se o direito das
muçulmanas de usarem o véu..
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