domingo, 7 de setembro de 2014

Diga-me quem te apoia...



Nunca acreditei nesse negócio de “diga-me com quem tu andas e te direi quem és”.  Aprendi desde pequeno que na mitologia cristã, Jesus andava com Judas e Judas andava com Jesus e na história do Brasil, que Joaquim José andava com Silvério dos Reis e Silvério dos Reis andava com Joaquim José.
O Raul já andou com o Paulo Coelho, John Lennon andou com os Hare Krishna e teve gente que andou comigo. Portanto, não é por aí.
Mas quando se trata de política, o buraco é mais embaixo. As companhias, alianças e apoios dizem muito do candidato, do seu passado e de seu futuro. Veja o caso do Aécio e suas conexões com os Perrela.
 Se o tucano tem pé de barro, pelo menos pode se vangloriar de sua coerência, afinal o que ele representa mesmo é o interesse da burguesia nacional e do grande capital especulativo. Mas, verdade seja dita, Aécio sempre foi o mesmo playboy de província e sempre andou com os mesmos, inclusive com os Perrela de quem é padrinho político. Tem uma trairagem aqui outra ali, mas isso faz parte de seu estilo de vida e o de sua classe social.
Esse não é o caso de Marina Silva. De aliada e colaboradora de Chico Mendes, militante petista, e porta-voz da política sócio-ambiental, Marina passou a andar com Madame Itaú. E não só com ela. Seus apoios vão de Silas Malafaia e Marco Feliciano aos generais de pijama do Clube Militar. Marina tem cultivado com afinco esses apoios, essas novas amizades e anda daqui pra lá com a fina flor da burguesia paulista. Já apagou parte do programa de governo do partido que acolheu seu projeto pessoal para agradar donos de igrejas pentecostais e mudou de opinião sobre a revisão da lei de anistia para colher simpatias de milicos e torturadores.
Também o dono da Natura, empresa que explora o trabalho precário de suas “consultoras”, faz parte da corriola de Marina. Sem contar membros do tucanato bem pensante como André Lara Resende e Eduardo Giannetti.

Marina tenta levar seu eleitorado para o mundo maravilhoso do bundalelê ideológico, onde Chico Mendes é elite e Madame Itaú é educadora. Onde não há luta de classes nem esquerda nem direita. Marina, agora, anda de mão em mão.

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