Outro dia abri uma página na internet que se chamava RPJ.
Pois é, neguinho se amarra numa sigla. Essa significava Reforma Política Já. A
página se declarava sem vinculação política. Apenas uma união civil de pessoas
do mesmo sexo que visava trazer propostas para a reforma política que o Brasil
precisa.
Bem, que precisa, todos concordam. Mas qual reforma política?
Espero que não seja a que propõe o RPJ. Entre as mudanças elencadas pelos “profissionais
de diversas áreas” que compõem o grupo, estava uma que retrata bem o que o
conservadorismo pensa do país.
No tópico sobre candidaturas, pedem esses senhores que se
exija o ensino secundário para vereadores e ensino superior para os demais
cargos. O grupo alicerça sua proposta elitista e burra no argumento elitista e
burro que os bons políticos sem diploma são uma exceção e que não se deve basear-se
na exceção e sim na regra. Ora, políticos sem diploma no Congresso Nacional é
que é exceção. Nas duas casas legislativas, são os doutores imensa maioria. Na
presidência, a única exceção foi Lula. O mesmo se passa nos governos estaduais,
nas assembléias legislativas e nas prefeituras importantes.
Num levantamento recente, observou-se que das leis propostas, votadas e aprovadas
pelas Assembléias Legislativas e que foram contestadas na justiça, a imensa
maioria foi considerada inconstitucional pelo Supremo. No Rio, por exemplo, de
seis leis contestadas, todas foram assim consideradas. Em Santa Catarina o
número é parecido e o mesmo se dá em todo o país. Basta ver a autoria dos
diplomas legais que foram para o lixo, para termos a certeza da espessa
ignorância de nossos “doutores”.
A página que cito é mais uma prova disso.
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